No novo episódio do Fora D’Horas, a DMTV esteve à conversa com João Baião, um nome incontornável da televisão portuguesa. Além de apresentador, João é ator, tem ainda a sua própria agência de teatro e afirma que, com 60 anos, se sente completamente feliz e de bem com a vida.
E claro que nesta conversa houve espaço para assuntos mais sensíveis, mas também para muitos sorrisos!
A infância foi recheada de bons momentos, na época as amizades eram de rua, de brincadeira, de felicidade. Havia televisão a preto e branco e o João tentava reproduzir tudo o que passava naquele “quadradinho mágico”, desde festivais da canção, a todo o tipo de concursos e programas, sempre na companhia da sua irmã gémea e também do irmão mais velho. Ä “boleia” do irmão, que já fazia teatro, João começou a acompanhá-lo e a participar nas peças como figurante, até que a vida o fez levar mais a sério o mundo teatral e hoje vive do palco e da televisão.
Foi uma infância muito feliz, muito vivida na rua com os meus amigos
Mas a conversa centrou-se no tema família e na relação próxima entre o apresentador e os seus pais que já faleceram, ambos no dia anterior ao aniversário de João Baião.
Questionado sobre como se aceita e lida com uma coincidência, ou não, como esta, o ator confessa que muitas possibilidades lhe passaram pela cabeça e que esta realidade lhe desperta sempre algumas questões sobre o porquê de ambos falecerem no mesmo dia, com nove anos de diferença. « Há quem diga que as pessoas às vezes escolhem a forma como partem. Será que a minha mãe quis ir no mesmo dia que o amor da sua vida? são coincidências que nos deixam a pensar.» conta João Baião, revelando também que lhe custa muito pensar que, um dia, vai deixar este mundo.
Nada vai alterar a saudade que eu tenho deles nem aquilo que eles foram e são importantes na minha vida
Na vertente profissional, tudo começou com a paixão pelo teatro e a primeira grande montra foi a “Grande Noite”, mas como apresentador estreou-se no Big Show SIC, um formato que veio revolucionar a televisão portuguesa. Era a cara daquele programa, anfitrião da “festa”, um formato que desde o primeiro momento o fascinou por ser, de certa forma, teatral.
Hoje é, diariamente, companhia logo pela manhã, na Casa Feliz, junto de Diana Chaves, formato que considera ser de família, mais tranquilo, de ouvir os outros, as suas histórias e de lhes dar espaço. O Domingão, onde está também presente todas as semanas, já afirma ser algo completamente distinto, onde a brincadeira, a festa e a alegria reinam.
E aproveitando também o motivo que trouxe João à cidade de Braga, falamos do “Feliz Aniversário”, a peça de teatro que tem levado a vários pontos do país. Uma comédia que tem como protagonistas grandes nomes do teatro, como o Heitor Lourenço e também Cristina Oliveira.
João confessa que, depois dos Monólogos da Vacina, que excedeu as suas expectativas, queria lançar uma comédia e que esta foi a oportunidade certa porque conseguiu reunir todos os colegas que pretendia para este projeto que decorre durante todo o ano.
Também sobre um projeto recente, falamos do livro que lançou no seu 60ª aniversário, intitulado “O Outro lado da Alegria”, que aborda quem é o João “dentro de portas”. Há muita alegria também, há boa disposição, mas é o seu lado mais pessoal e intimo, aquele que não é visto.
É a alegria que não é vista. Estar em casa com os meus animais, ir ao cinema com os meus amigos ou estar simplesmente sem fazer nada
E claro que deste lado mais pessoal estão os seus animais, desde cães, camelos, lamas, burros, cangurus e muito mais que , pelas palavras do artista, são a sua bateria diária!
E já a chegar ao final da conversa, procuramos perceber se o teatro, a paixão de infância, continua a ser, nos dias de hoje, o que mais ama fazer, ao que o ator respondeu não conseguir escolher. « O teatro e a televisão têm linguagens diferentes. Na televisão é o João Baião enquanto pessoa, no teatro eu estou escondido atrás da personagem. Mas estas tábuas, o teatro, tem uma magia muito especial. » afirma.
Mas o João é então a pessoa mais feliz da televisão, como as pessoas o vêem? Afirma ser feliz, realizado com tudo aquilo que tem feito, rodeado de pessoas que lhe têm um grande carinho e acredita que há ainda muito mais para fazer.
As pessoas olham-no como a bandeira da alegria e, no fundo, João Baião considera-se mesmo uma pessoa alegre, feliz e de bem com a vida.
As pessoas recebem-me sempre com uma dose de alegria muito grande, como se eu fosse alguém da família
