O irlandês Séamus Boland vai ser hoje eleito presidente do Comité Económico e Social Europeu (CESE) para o período 2025-2028, numa cerimónia de renovação de mandatos que decorre esta manhã, em Bruxelas.
Agricultor e representante de uma organização de desenvolvimento rural e comunitário, a Irish Rural Link, Séamus Boland foi designado pelo Grupo das
Organizações da Sociedade Civil, Grupo III, no passado mês de dezembro, para candidato à presidência do órgão consultivo europeu.
A nova liderança do organismo representativo da sociedade civil organizada conta com as vice-presidentes Alena Mastantuono, do Grupo I – Empregadores, que fica com o pelouro do orçamento, e Marija Hanževački, do Grupo II – Trabalhadores, responsável pela comunicação.
Seguindo um modelo de rotatividade entre os três grupos do CESE, a presidência é agora assumida pelo Grupo III, sucedendo a Oliver Röpke, do Grupo II, que assumiu o cargo entre 2023 e 2025, e Christa Schweng, do Grupo I, que liderou este organismo
de 2020 a 2023.
No interior do Grupo III, Séamus Boland apresentou a sua candidatura à presidência do CESE sob o título “Europa, um lugar seguro para a liberdade e a democracia”, tendo apontado como prioridades «reforçar o papel participativo dos membros no CESE; defender o direito da sociedade civil a pugnar pela igualdade e inclusão social; concretizar uma transição justa e equitativa para as alterações climáticas; e promover uma União Europeia livre de ideologias extremas».
«Os decisores políticos da UE devem colmatar o atual défice de inovação, desenvolver planos de descarbonização e satisfazer as necessidades acrescidas em matéria de segurança, envolvendo sempre as organizações da sociedade civil», declarou.
Com 69 anos, natural de Offaly, no centro da Irlanda, Séamus Boland é membro do CESE há 13 anos, tendo sido presidente do Grupo das Organizações da Sociedade Civil desde outubro de 2020. Este responsável trabalha na sociedade civil há mais de 40 anos, nomeadamente com jovens, minorias étnicas, pessoas com deficiência e em isolamento rural. Os seus interesses políticos centram-se na erradicação da pobreza, da exclusão social e da desigualdade.
A sessão inaugural do mandato decorre amanhã, numa cerimónia na qual, para além dos membros do CESE, vão intervir Younous Omarjee, vice presidente do Parlamento Europeu; Thomas Byrne, ministro irlandês para os Assuntos Europeus e Defesa; Hadja  Lahbib, comissária europeia para a Igualdade, Preparação e Gestão de Crises; e um representante da futura presidência cipriota do Conselho da UE. Estão previstas mensagens em vídeo de António Costa, presidente do Conselho Europeu; Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia; e de Michael McGrath, comissário europeu para a Democracia, Justiça, Estado de Direito e Defesa do Consumidor.
Portugal representado por 12 membros
Criado em 1957 pelo Tratado de Roma, o CESE é composto por 329 membros dos 27 Estados-Membros da União Europeia. Portugal está representado por 12 membros, para o mandato 2025-2030: Nuno Rafael Marona de Carvalho Serra, secretário-geral da Confederação Nacional das Cooperativas Agrícolas e do Crédito Agrícola (CONFAGRI); Luís Miguel Correia Mira, secretário-geral da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP); Gonçalo Cristóvão Aranha da Gama Lobo Xavier, diretor-geral da Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED); José Manuel da Luz Cordeiro, secretário-geral adjunto da União Geral de Trabalhadores (UGT); Paulo Manuel Gonçalves Pinto de Barros Vale, Confederação do Turismo de Portugal (CTP); Vasco Linhares de Lima Álvares de Mello, vice-presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCSP); Orlando Monteiro da Silva,
presidente da Assembleia Geral da Associação Nacional dos Profissionais Liberais (ANPL); Inês Pena dos Reis Alfaro Cardoso, vice-presidente da Liga para a Proteção da Natureza (LPN); Hélder Jorge Vilela Pires, Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses (CGTP-IN); Carlos Manuel Alves Trindade, Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses (CGTP-IN); Francisco João Bernardino da Silva, diretor-geral da Confederação Portuguesa de Economia Social (CPES); e Carlos Manuel Simões da Silva, União Geral de Trabalhadores (UGT).
São nomeados pelos respetivos governos nacionais e pelo Conselho da União Europeia por um período de cinco anos. Contudo, os mandatos presidenciais só têm uma duração de dois em dois anos e meio.
Os membros do CESE são empregadores, sindicalistas e representantes de vários setores da sociedade, como a agricultura, as organizações de consumidores e ambientais, a economia social, as PME, profissionais e associações que representam as pessoas com deficiência, o setor do voluntariado, a igualdade de género, a juventude, o meio académico e outros.
*Em Bruxelas, a convite do CESE.
