O Município de Braga apresentou, ontem, a Carta Desportiva 2024, um documento que retrata a evolução desportiva do concelho na última década e define as linhas estratégicas para o futuro.
A sessão, realizada no Forum Braga, contou com a presença de agentes desportivos, representantes de clubes, associações e escolas, e marcou também o encerramento do ciclo autárquico da atual vereadora do Desporto e vice-presidente da Câmara Municipal, Sameiro Araújo, que aproveitou o momento para deixar uma mensagem de gratidão.
«As minhas primeiras palavras vão, com certeza, para toda a equipa de desporto da Câmara Municipal de Braga, que conseguiram fazer esta nova Carta Desportiva de 2024. Normalmente, a grande maioria dos municípios tem a sua Carta elaborada externamente, por técnicos externos. Eu congratulo-me de, no município de Braga, ter técnicos à altura que fazem uma verdadeira Carta Desportiva com a qualidade que esta tem», afirmou a vereadora, destacando o trabalho liderado por Miguel Caldas e a capacidade técnica dos serviços municipais.
Entre 2014 e 2024, Braga registou um aumento de 79,4 por cento no número de praticantes desportivos, acompanhando um crescimento populacional de 6,5 por cento. Em termos de infraestruturas, o concelho conta agora com mais 190 equipamentos desportivos do que há dez anos, traduzindo-se num crescimento de 26,9 por cento na área desportiva total e de 19,3 por cento na área desportiva útil.
O apoio municipal ao desporto também cresceu de forma expressiva, mais 118 por cento face a 2014, ultrapassando um milhão e meio de euros em 2024.
Atualmente, apenas oito freguesias do concelho de Braga apresentam um índice abaixo do aceitável de área desportiva útil por habitante (ADU). Entre elas, estão Lamas, Palmeira, S. Vicente, S. Víctor, União de Freguesias de Celeirós, Aveleda e Vimieiro, União de Freguesias de Nogueira, Fraião e Lamaçães, União de Freguesias de Nogueiró e Tenões, e União de Freguesias de Vilaça e Fradelos.
A autarca sublinhou ainda o envolvimento da comunidade desportiva local na construção deste percurso de dez anos:
«Gostaria muito de agradecer a todas as coletividades, a todas as associações, a todos os clubes, ginásios e escolas. Enfim, a todos aqueles que ajudaram Braga a ser aquilo que é hoje em termos desportivos. Poderia ser melhor? Com certeza que sim, mas penso que nestes dez anos foi feito um trabalho extremamente válido. Ainda há muito trabalho para fazer.»
Sameiro Araújo lembrou o impacto de Braga 2018 – Cidade Europeia do Desporto, considerando esse título uma «grande alavanca» para a evolução registada na última década, tanto ao nível de infraestruturas como na promoção da prática desportiva.
A Carta Desportiva 2024 define os objetivos estratégicos para o futuro do desporto bracarense, nomeadamente o aumento da prática regular, a modernização das infraestruturas e o incentivo à inclusão social através do desporto. O futebol mantém-se como a modalidade com mais praticantes, seguido do andebol e do xadrez.
Entre as medidas propostas na nova Carta Desportiva de Braga, destacam-se as seguintes: Criação de uma rede interna nos serviços municipais para partilha de informação sobre novos licenciamentos; Obrigatoriedade de fornecimento de dados por parte das coletividades no momento da celebração de contratos-programa; Criação de uma base de dados para atualização em tempo real; Discriminação positiva na construção de novos equipamentos nas freguesias com ADU inferior a 4 m²/habitante; Aumento da área desportiva em piscinas cobertas e pequenos campos; Construção de um novo Pavilhão Municipal apto para alta competição; Continuação da requalificação e ampliação de equipamentos desportivos municipais e da melhoria da acessibilidade; Promoção de novas modalidades desportivas e rentabilização horária dos pavilhões sob gestão das Juntas de Freguesia; Continuar com a implementação de medidas de discriminação positiva que possibilitem o aumento do número de praticantes; Continuar com medidas de apoio para o crescimento do desporto adaptado; Equacionar medidas que promovam a retenção dos praticantes desportivos nos escalões seniores e de treinadores e dirigentes com mais de 45 anos; Manutenção de um olhar atento para a criação de novas respostas municipais.
