twitter

Falua reforça aposta na região com Alvarinho Reserva e novas vinhas

Falua reforça aposta na região com Alvarinho Reserva e novas vinhas
Fotografia LTR

Luísa Teresa Ribeiro

Chefe de Redação

Publicado em 05 de maio de 2023, às 11:48

Novo Barão do Hospital, produzido em Monção, já está no mercado.

A Falua está a reforçar a presença nos Vinhos Verdes com o lançamento do Barão do Hospital Alvarinho Reserva 2020 e a plantação de novas vinhas. A aposta da empresa do Grupo Roullier na região começou com a aquisição da Quinta do Hospital, em Monção, em 2021, que vai ganhar nova dimensão produtiva com a duplicação da área de vinha.

A apresentação das novidades foi feita na histórica propriedade monçanense, que pertenceu, entre os séculos XII e XVI, à Ordem Hospitalária de São João de Jerusalém ou Ordem do Hospital, atualmente Ordem de Malta. Depois, a quinta passou para mãos privadas, tendo o décimo senhor desta casa, Joaquim Queirós, recebido o título de Barão do Hospital, que agora dá nome aos vinhos.

Em frente ao solar do século XVI, a diretora-geral da Falua e enóloga, Antonina Barbosa, relembra que foi este caráter «diferenciador» da Quinta do Hospital que levou a empresa a rumar da zona de Almeirim para o Norte.

«Estamos a falar na região mais “premium” em termos da produção de vinhos brancos. Escolhemos começar na região de Monção um projeto de valor acrescentado, de excelência, de vinhos de topo», declara.

Monção representa a expansão geográfica da empresa com mais de 25 anos no mercado, que tem como ícone a Vinha do Convento, na Charneca, na região do Tejo, com solo de calhau rolado, onde é produzido o vinho Conde de Vimioso. Em 2017, passou do Grupo João Portugal Ramos para o universo Roullier, através da filial VITAS Portugal, marcando a entrada deste gigante francês da agropecuária no negócio dos vinhos.

A estreia no mercado da marca Barão do Hospital aconteceu em maio de 2021, com o lançamento dos monocasta Alvarinho e Loureiro de 2020. Em dezembro de 2022, foram postos à venda os vinhos da colheita de 2021.

Antonina Barbosa explica que o Loureiro é «uma viagem à região dos Vinhos Verdes». Traduzindo as parcerias com os viticultores, algumas com mais de uma dúzia de anos, 50 por cento do Loureiro é de Ponte de Lima, a que se juntam uvas provenientes de Valença, Esposende e próximas do Douro, originando um «Loureiro representativo da região».

Relativamente ao Alvarinho, é produzido exclusivamente na propriedade de Ceivães, terroir de excelência para esta casta. O Barão do Hospital Alvarinho 2021 foi considerado o melhor Alvarinho da colheita daquele ano pelo crítico João Paulo Martins, no livro “Monção & Melgaço – Guia de Vinhos 2022”.

Depois do Alvarinho 2020 e 2021, o lançamento do Barão do Hospital Alvarinho Reserva 2020 sinaliza a aposta da marca nos vinhos “premium”. Feito a partir das melhores uvas, este vinho estruturado e complexo, com aroma intenso, mas elegante, passou por barricas de carvalho francês de 500 litros e tem um ano de estágio em garrafa. «Acreditamos que este vinho tem um potencial de guarda enorme», afirma a responsável.

A nova referência consubstancia mais um passo no crescimento deste projeto. Com a marca Barão do Hospital, a Falua quer «fazer crescer o negócio de vinhos em Portugal, alicerçado em prestígio e maior valorização».

«O crescimento a nível nacional é importante para consolidar a credibilidade, enquanto o crescimento internacional é fundamental para podermos dar o salto e afirmarmo-nos como um grande “player” no mercado», diz Antonina Barbosa, revelando que a Falua vai terminar 2023 com 20 pessoas na área comercial, quando em 2017 não tinha ninguém a trabalhar nesse setor.

 

Novas vinhas em Monção e Vila Verde

Determinante para este objetivo de crescimento é o aumento de área de vinha, estando em curso um investimento superior a 5 milhões de euros, a executar até 2024, que vai fazer com que a empresa fique com 200 hectares no Tejo e 31 hectares nos Vinhos Verdes.

A Quinta do Hospital tem atualmente 10 hectares de vinha Alvarinho, a que se vai juntar, no próximo ano, a plantação de mais 10 hectares, da mesma casta.

Paralelamente, a empresa investiu, em maio do ano passado, na plantação de uma vinha de 11 hectares – dez de Loureiro e um de Padeiro – na Casa da Torre, em Soutelo, Vila Verde, que terá a primeira vindima em 2024.

A responsável constata que «o grande salto» registado na região deveu-se à aposta na viticultura. «Os grandes vinhos fazem-se na vinha», afirma a monçanense, adiantando que a viticultura conta com um departamento estruturado, que tem como consultor o professor Rogério de Castro.

Em relação ao futuro da sub-região, a diretora-geral considera que passa por continuar a comunicar Monção & Melgaço em vez de promover o Alvarinho, uma casta que existe em todo o mundo.

Enoturismo

A Quinta do Hospital tem propostas de enoturismo, tais como provas de vinho, piqueniques no Jardim das Oliveiras ou refeições vínicas, mediante marcação.