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Varziela e Anna Muzychuck. Quem?

Frequentador das redes sociais, tento encontrar e valorizar, nestas, motivos de interesse pessoal e/ou profissional. Sendo as minhas áreas preferidas, educação e desporto, é essencialmente nestas que manifesto opinião e leio o que outros escrevem.

Uma vez que tenho também a facilidade (e felicidade) de poder escrever em jornais locais, nos meus escritos, cada vez mais, tento chamar a atenção para o que realmente importa. Recentemente, na rede, jornais e TV, tomei conhecimento de situações que me cativaram, pelo que entendi dever valorizá-las partilhando-as aqui convosco.

  1. O Liverpool decidiu compensar os adeptos que compraram a camisola de Coutinho (entretanto transferido para o Barcelona) com um voucher de 50 libras para ser usado nas lojas do clube, podendo os adeptos ficar ainda com a camisola que tinham adquirido. O futebol inglês a demonstrar respeito pelos fiéis seguidores dos clubes.

  2. Num cartoon, em Portugal, aparece um senhor a levar uma TV para arranjar, dizendo que está avariada porque só fala de três clubes. Estão todas avariadas, digo eu.

  3. Passou recentemente na Sportv uma reportagem sobre um grupo de jovens que decidiu “ressuscitar” um clube - o Varziela. O que esta reportagem nos mostra em termos de bairrismo, companheirismo, respeito pela história do clube e por quem o ajudou a construir, é um enorme exemplo para que todos os que vivem em pequenas cidades, vilas ou aldeias, possam perceber que o que interessa mesmo, é valorizar aquilo, e aqueles, com quem nos cruzamos e convivemos diariamente, ao invés de perdermos tempo a discutir e apoiar clubes das grandes cidades.

  4. Por fim, uma notícia que deveria ter aberto telejornais e suscitado verdadeira discussão internacional, de que só tomei conhecimento através de um post no facebook:

Foi notícia nos últimos dias do ano findo. A ucraniana Anna Muzychuck, campeã mundial em duas vertentes do xadrez, preferiu perder o título a deslocar-se à Arábia Saudita para o renovar. A razão é simples: a recusa em alinhar com a discriminação negativa de que as mulheres são vítimas naquele reino. Sabendo que a atitude lhe custava a perda não somente do título, mas de uma alta quantia de dinheiro, Anna Muzychuck optou pela dignidade.”

Foi notícia? Com a divulgação devida, não. No entanto, senhoras semivestidas de preto em luta contra a descriminação e assédio sexual, ocuparam muito espaço em noticiários e revistas. Sem pretender desvalorizar este assunto, pergunto: O que custou às ditas senhoras fazerem-no? Apetece até perguntar quantas delas atingiram o estrelato beneficiando do que agora (e muito bem) criticam?

Acerca da xadrezista, subscrevo na integra as palavras do Prof. Dr. Jorge Bento, ex-professor da Faculdade de Desporto do Porto: “Oxalá a atitude de Anna Muzychuck floresça! O desporto possui um património de gestos edificantes. Pode e deve aumentá-lo no capítulo da afirmação e respeito de direitos e princípios fundadores da Humanidade, e na tomada de posições contra quem os agrave.”


Autor: Carlos Mangas
DM

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12 janeiro 2018