Mas, tudo tem limites e como diz o sempre povo sabedor, “não há mal que sempre dure nem bem que nunca acabe”. Vejamos o que acontece neste ano de 2017: então não é verdade que Portugal anda na boca de vários partidos políticos da Europa, que querem descobrir como é que o calhambeque de António Costa consegue percorrer a grande velocidade, as vias pedregosas que nos afligem, isto é, a resolver a cura de cancros que há mais de dez anos, lentamente nos vêm matando!?
Não tem sido publicitado que vários países andam em estudos para terem também nos seus dicionários uma palavra que signifique “geringonça”, como é o caso da Holanda, da França, da Inglaterra e da Espanha? Eles querem também uma geringonça e não entendem como um país de “pestes brancas”, consegue pelas mãos de Costa – já conhecido pelo filho do “Gandhi português” – governar como governa, com quem governa e sobretudo pelos sucessos obtidos, onde a “felicidade dos portugueses já se sente”.
Mais: estes países interessados no estudo da Geringonça, ou do calhambeque de Costa, procuram uma fórmula que inverta a sua (deles) decadência, porque elementos partidários de ideologias antigas, e até já vão aos pormenores de dizerem que Costa “era filho de um militante comunista anticolonialismo” e, que por isso mesmo o calhambeque circula e tem resultados (positivos) impensáveis.
Por ser assim, estes políticos de fora, todos da esquerda, submetem-se a lições dos ageringonçados, e já colocam às instituições da União Europeia a sugestão para que António Costa seja o poster boy de toda a esquerda, de todas as danças, mas com uma só música: com acordeão dos leninistas, a guitarra dos marxistas e o trompete dos trotskistas.
Não importa que uns tenham vivido burguesmente na clandestinidade antes de Abril de 74, enquanto o povo sofria; não importa que outros se tenham aproveitado do poder para sugar marfim ou diamantes aos vendedores de pátrias; não importa que outros, matreiramente declarem, “somos também social democratas” e esquecem toda uma história de dizimação humana, praticando totalitarismo; não importa que outros sendo filhos de militantes radicais de esquerda – que actuaram e mataram ao serviço de Henrique Galvão e de Jorge de Sottomayor de Espanha, nos anos sessenta do século passado – possam, dizia, praticar várias danças, numa só música – a deles, isto é, sem a música/fruto de eleições legislativas.
Pelo que, na circulação do calhambeque de Costa, uns dançarão o vira, outros o malhão e ainda outros, rocadas com qualquer ritmo. O povo basta-lhe assistir ao espectáculo, vindo dos palcos da pseudodemocracia. Não precisa votar, não precisa de campanhas eleitorais nem de sindicatos para protecção profissional. O povo já “sente a felicidade”, está no centro de algo notável, impensável: a crise a desaparecer entre as enxurradas de Inverno e o comércio tradicional de vento em popa, razão porque lojas não fecham e centenas se abrem, made in china.
A indústria é o oásis nacional na fabricação de sapatos e no grandioso aumento de cortiça. Fruto deste Governo, o clima melhorou imenso: o Inverno nota-se, mas é fácil adquirir grossos casacos; a Primavera traz alegria ao povo; o Verão é de todo soalheiro e as praias são para todos os portugueses disfrutarem, e o Outono – santo Deus! – traz o S. Miguel, onde em qualquer canto do país se colhe, se guarda e se utiliza, enterrando a fome e a pobreza.
A moda é sucesso: os chineses estão às moscas; a gastronomia pensada pelo Governo que a Europa quer estudar e copiar, é única; o vinho é aos quilolitros, hectolitros, decalitros e litros a serem bebidos cá e exportados, e a hospitalidade portuguesa – nascida também neste calhambeque governamental – atinge o auge positivo, pois todos os portugueses sentem que Portugal tem várias danças, mas uma só música.
(O autor não escreve segundo o novo Acordo Ortográfico).
Autor: Artur Soares