A este propósito, posso relatar algo que se passou comigo um destes dias, cá em Braga. No fim de um dia de trabalho, quando regressava a casa, de bicicleta, parei numa passadeira para ceder a passagem a uma senhora. Um carro que seguia atrás de mim, apesar de já vir a baixa velocidade, não conseguiu parar a tempo e bateu-me por trás. Um guarda-lamas partido, uma roda empenada, talvez um risco ou amolgadela no pára-choques… E uma grande sorte de não ter havido feridos nem mortos a lamentar.
Tenho notado imensas situações como esta, em que carros, autocarros e camiões se encostam perigosamente a poucos metros da traseira das bicicletas, situação em que, se o ciclista cai ou trava de repente, é impossível parar sem atropelar.
Deixo por isso um conselho de amigo a todos os condutores, inspirado numa das regras mais importantes e mais frequentemente descuradas do Código da Estrada: guardem sempre distância de segurança, sobretudo quando vai uma bicicleta à vossa frente. E abrandem, se necessário. Matar ou tornar alguém inválido não é um risco que queiram correr, acreditem!
Igual cuidado deve ser tido também ao efetuar uma manobra de ultrapassagem a uma bicicleta. Não podemos esquecer-nos de que um ciclista nem sempre consegue circular em linha reta. Frequentemente precisa de desviar-se de pequenos buracos ou outros obstáculos na via, bem como de executar um ligeiro ziguezague para se equilibrar. É por isso que a lei obriga a abrandar e deixar uma distância lateral de segurança de pelo menos um metro e meio ao ultrapassar um ciclista, para além, obviamente, de mudar totalmente para a via de trânsito à esquerda.
A terminar, acrescentaria apenas que uma das melhores formas de prevenir acidentes na estrada é reduzir a velocidade. Abrandar significa literalmente salvar vidas. E isso todos nós podemos fazer quando conduzimos um veículo na estrada. Não há pressa que justifique correr o risco de atropelar alguém. Com estas três pequenas dicas, creio que podemos tornar a condução na nossa cidade bem mais segura para todos. Vamos a isso?
Autor: Victor Domingos