Segunda-feira, dia 4 de Outubro. Dirigi-me à empresa E-Redes, da EDP, para pedir uma simples informação para me inteirar do ponto de situação de um pedido formulado há tempo demais para ser instalado um contador de obras numa casa em construção.
Num átrio despido de conforto, seis clientes esperavam a sua vez de serem atendidos. O silêncio imperava naquele espaço. Cada um, tentava arranjar maneira de melhor se acomodar. Uns sentados na beira da ampla vitrina, outros davam passadas para a frente e para trás.
-
O senhor é cliente habitual desta empresa? - Cortei eu o silêncio incomodativo, quando abordei um cliente com um bom maço de processos na mão.
-
Sim. Temos que esperar. - respondeu-me com alguma resignação.
-
E nunca contestou tanta espera?
-
Não. Para quê? Isto funciona assim. Já estou habituado.
Entretanto, mais dois clientes chegam e vão retirar a senha respectiva.
Entro de novo no espaço de atendimento e vejo uma única funcionária a atender. Depois de meia hora de espera, a funcionária vem chamar a senha A-125. Olho naturalmente para a minha senha e vejo que é a A-127. Falta-me só um para chegar a minha vez. Neste compasso de espera, dois clientes já exasperados vão-se embora. Espero mais uns longos e chatos minutos e vou espreitar de novo e impaciente o gabinete de atendimento. O cliente A-125 não dá sinais de sair. Cansado de tanto esperar, abandono o átrio e venho embora, pensando como funciona desastradamente este serviço público da EDP. Antes de abandonar o edifício, abordo a vigilante, que está no rés-do-chão, perguntando se este procedimento é habitual. Numa resposta muito simpática, a senhora lá me foi dizendo que normalmente são dois funcionários a atender, só que, neste momento, um encontra-se de férias. Daí, a demora no atendimento.
Perante a resposta, fiquei elucidado quanto à funcionalidade e à eficiência deste serviço público. Não valia a pena esboçar outros argumentos para justificar o injustificável, a não ser este: É o país que temos.
Autor: Armindo Oliveira