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Uma ideologia em moda: a ideologia do género

Muito em moda se encontra uma certa ideologia que é conhecida como “ideologia do género”. Com ela pretende-se, ao fim e ao cabo, dizer que o homem não é um ser sexuado por natureza, mas antes que pode escolher por sua livre vontade ser homem ou mulher, já que, em última análise, tudo isso depende do que determinar a sua liberdade. Talvez melhor: não se trata de ser homem ou mulher, no sentido tradicional do termo, mas de assumir uma orientação para a sua vida de relação de acordo com o que o que entender mais propício. Não existe, assim, o sexo propriamento dito, mas antes um género – masculino, feminino, indeterminado, assumido, etc. –, que a sociedade deve respeitar como uma manifestação da condição livre do ser humano. Cada um é não o que a natureza determina como homem ou mulher, mas aquilo que achar melhor. É muito difícil, senão impossível, para um cristão aceitar esta visão do ser humano. A Bíblia diz claramente no Génesis: “Deus criou o homem à sua imagem, criou-o à imagem de Deus, e criou-os homem e mulher. E Deus abençoou-os, dizendo-lhes: “Procriai e multiplicai-vos...” (Gn 1, 27-28). O facto de existir o ser humano como homem e mulher não é fruto de uma singela opção de qualquer algum de nós, mas antes uma determinação criadora do próprio Deus, que o incita a aproveitar-se desta sua condição naturalmente sexuada, para crescer e encher a terra, que põe à sua disposição. O século XX foi uma etapa da evolução histórica, recheada de ideologias. Nem sempre são respeitadoras da liberdade humana, ainda que se erijam como as verdadeiras defensoras de tudo o que o homem é capaz de fazer em relação ao bem e à sua defesa. Procuram ajustá-lo ao que elas defendem, tornam-se juízes da única e melhor forma da sociedade se organizar e, com facilidade, transformam-se nas ditaduras mais prepotentes e cruéis que a evolução das nossas sociedades conheceu. Do século XX são o comunismo e o nazismo. Destes sistemas políticos e sociais resultaram, sem piedade, muitíssimos milhões de vítimas dos seus discricionários e aparentes valores. Felizmente, que um e outro já desapareceram quase por completo ou, na sua evolução, se modificaram de tal maneira que, nos nossos dias, são uma sombra muito ténue das suas pretensões revolucionárias iniciais. E se se mantêm no poder, só o conseguem continuando a ser ditaduras, para as quais a liberdade do ser humano é uma realidade secundária. Há dias, no noticiário duma emissora de televisão, informava-se de que numa zona de um país ainda comunista, as autoridades obrigavam os cristãos, nas suas casas particulares, a substituir imagens de Cristo pela do presidente dessa república. Os defensores da ideologia do género consideram-se à frente de todo o manancial de ideias e de soluções para o homem. E não se preocupam muito em respeitar as convicções profundas da sociedade onde vivem. Se podem, mesmo sub-repticiamente, fazer constar numa legislação algum dos seus pressupostos, não hesitam, talvez por se considerarem como os leaders incontestáveis das propostas do porvir. Volta a recordar-se: para um cristão, é uma violência pensar que o ser humano tem um “género” à sua escolha. Na realidade, por vontade do criador, existe um ser racional e livre, que é homem ou mulher, sexualmente distintos e complementares. Deus incumbiu-os, quando se unem de forma generosa e voluntária, numa entrega total à vontade de Quem lhes deu essa possibilidade, de fazer surgir novas criaturas da nossa espécie. Para elas está reservado um futuro de felicidade total e absoluta, a que vulgarmente chamamos Céu.
Autor: Pe. Rui Rosas da Silva
DM

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19 novembro 2017