A época futebolística que se aproxima do seu termo vai ficar na história por muitas e variadas razões – algumas positivas e muitas negativas.
Das positivas, destaco um clube (SCP) com um presidente novato, um treinador, caríssimo, mas ainda mais novato e uma equipa formada por mescla de experiência e juventude, estar prestes a conquistar o título, 19 anos depois. Se me permitem, sugiro que os €, já garantidos, a receber da UEFA sejam prioritariamente usados para saldar dívidas antigas. Aqui deixo, desde já, os parabéns aos quase vencedores e aguardo que o mesmo seja feito pelos adversários diretos do clube - refiro-me a benfiquistas, portistas e… Brunistas.
Outro destaque que entendo fazer, é a toda a estrutura profissional da equipa principal do SC Braga, com uma época – na minha opinião – muito positiva na Liga nacional, Taças internas e Liga Europa. Senão, vejamos: fase de grupos de excelência na Liga Europa, eliminado depois por semifinalista da competição; 4º lugar no Campeonato; finalista na Taça da Liga, depois de eliminar SLB; finalista, podendo ainda conquistar a Taça de Portugal, depois de eliminar FCP. Para além dos resultados, relembro inúmeras lesões em jogadores fulcrais, jogar muitas vezes de três em três dias, e venda de jogador fundamental em janeiro. Mesmo assim, tivemos o privilégio de assistir a excertos do melhor futebol que se viu nos nossos palcos ao longo da época 20/21. O problema neste caso é que os adeptos do futebol - os do SCB não são exceção - só recordam os últimos resultados. Imagino o que diriam se fossem adeptos do VSC, do Boavista ou do SLB!
De realçar também a excelente campanha europeia do FC Porto na Liga dos Campeões, onde apenas não conseguiu superar os finalistas da competição, Manchester City e Chelsea.
Nos destaques pela negativa, desde logo a impossibilidade de haver público nos estádios – contrariamente a outros eventos culturais e desportivos - depois de experiências em jogos europeus em que o comportamento dos espectadores foi considerado exemplar.
Dispensava-se também, ao longo de toda a época, a violência verbal de comentadores televisivos e diretores de comunicação afetos a clubes bem como, recentemente, a violência física e subliminar – em parques de estacionamento ou conferências de imprensa - contra jornalistas.
Também não gostei de alguns alçapões descobertos pela justiça desportiva, deste País, ao que parece, sem lei. Acumulação de cartões amarelos sem penalização e cartões vermelhos a treinadores a serem suspensos por providências cautelares, não abonam a favor da equidade que se exige. Até porque, nem todos os clubes têm – alegadamente, diga-se – juízes em locais (e com poderes) de decisão. Neste último caso de treinadores previamente castigados serem autorizados a ir para os bancos, há um outro clube do qual - alegadamente - dizem ter também juízes em locais de decisão que, ironicamente, não se manifesta porque consta que o seu dirigente máximo fica doente quando é convidado a falar de bancos.
Autor: Carlos Mangas