Sabendo nós que o “evolucionismo” teve origem no livro “A Origem das Espécies”, de Charles Darwin, publicado em 1859, na vertente humana vamos tentar compreende-lo à luz da ciência pós-moderna.
Esta teoria propaga a ideia de que o mundo, incluindo todos os seres vivos, resultam de uma longa evolução para ser o que são e que, nomeadamente, o Homem na sua origem já foi um animal apelidado, vulgarmente, por macaco. Muitas pessoas há que ainda hoje consideram esta teoria como válida.
No entanto, sabe-se que a partir do ADN, cujo modelo estrutural foi proposto em 1953 por Watson e Crick, é possível caracterizar cada espécie e determinar a sua própria constituição genética.
A partir daí e com a descoberta do genoma, que é o conjunto dos genes incluídos nos cromossomas de determinada espécie, abriram-se as portas, na sua dimensão física, ao melhor conhecimento da espécie humana. Esta descoberta também permitiu abrir novas perspetivas no combate a muitas doenças, embora levante ao Homem (homem e mulher), por outro lado, significativas responsabilidades éticas e morais.
Comparados que foram o genoma humano e o genoma dos macacos verifica-se que a ciência, em nosso entender, deu um enorme contributo ao pôr em causa e até anular a teoria de Darwin, relativamente à origem do Homem.
É verdade que o Homem, ao longo dos tempos, tem evoluído culturalmente, socialmente e cientificamente mas a vida, a morte, o sofrimento, a tristeza, a alegria e a felicidade são dimensões que envolvem tanto o homem de hoje como o homem de há dois mil anos ou do passado mais longínquo. Além disso, a essência espiritual do Homem permanece insondável, incomensurável e misteriosa.
Apesar da evolução cultural do Homem, nos tempos atuais, quando nos deparamos com algumas correntes de pensamento ficamos com muitas dúvidas quanto ao melhor sentido da sua evolução. Pessoas há que não aceitando Deus como único Criador do Homem, filosoficamente afirmam que Deus está, por exemplo, numa árvore ou num animal irracional.
Ao menosprezarem o próprio Homem como um ser criado à imagem de Deus, claramente rejeitam a revelação, confirmação e testemunho de Jesus Cristo, Deus humanado, rejeitam os ensinamentos da Igreja Católica e adotam o “animismo” como crença, segundo a qual todos os seres vivos possuem alma.
É verdade que Deus criou o Homem com liberdade e, livre como deve ser, o bem e o mal estão sempre no seu horizonte. Mas qual melhor exemplo, felizmente por minorias, do regresso ao politeísmo e ao panteísmo reinante nas culturas da Grécia e Roma antigas!
Não conhecemos pessoalmente o Dr. Benjamim Araújo mas da leitura dos seus textos publicados, ao longo de vários anos, cheios de conhecimentos, nomeadamente em ontologia e metafísica, houve um precioso contributo para o nosso aprofundamento de que o Homem é de verdade, para além das suas várias dimensões, um ser uno, único, irrepetível e misterioso.
O Dr. Benjamim Araújo alerta-nos de que “o verdadeiro humanismo, o transcendental tem de ter a sua sede na ôntica natureza humana, sua raiz e alicerce”. Que “o humanismo racional e temporizado, cujos progenitores são apenas a razão e a existência, não passa de uma miragem”.
Este humanismo, em nosso entender também, berço da ética e da moral laica, positivista e maçónica tem “perna curta”, é circunscrita a grupos de interesses, não é universal, é propícia, muitas vezes, a corrupções e reina muito nas democracias degradadas.
Obrigado Dr. Benjamim Araújo. Que, na vida da essência espiritual para além do tempo, Jesus Cristo, única fonte do verdadeiro humanismo e amor, lhe reserve um cantinho junto aos Santos que os Cristãos, no primeiro dia de cada mês de Novembro, comemoram ou sufragam.
Autor: Abel de Freitas Amorim