-
Nesta época de calor, o Evangelho apresenta-nos Jesus como um «incendiário».Eis o que Ele nos diz: «Eu vim lançar fogo sobre a Terra e só quero que ele se tenha ateado» (Lc 12, 49).
-
Jesus, de facto, é um «incendiário».Ele quer «incendiar» o mundo com chamas que destruam o nosso instalamento, o nosso comodismo, a nossa indiferença.
-
Ao contrário do que acontece com os outros incêndios, este «incêndio» desencadeado por Jesus não pode ser apagado.O «incêndio» desencadeado por Jesus não é para apagar, mas para atear. Este «incêndio» tem o nome de Evangelho.
-
Evangelizar é, pois, «incendiar».Cada evangelizador tem de ser um «incendiário»: um «incendiário» do amor, da verdade, da justiça e da paz.
-
A mensagem de Jesus é interpeladora e desafiadora. Porque Ele é diferente, não deixa ninguém indiferente.Há quem O acolha, mas também não falta quem O rejeite.
-
Este quadro devia levar-nos a reflectir muito e a inflectir bastante. É possível que nem tudo esteja bem quando tudo (aparentemente) corre bem.Curiosamente, é São Lucas que nos transmite este aviso de Jesus: «Ai de vós quando todos disserem bem de vós» (Lc 6, 26).
-
Jesus opta mais pela incomodaçãodo que pela acomodação. Jesus não se revê em quem se acomoda ao mundo. Revê-se mais em quem se incomoda com o mundo.O Evangelho é paz, mas nem sempre é sossego. O Evangelho pode ser visto até como uma espécie de «Livro do Desassossego». Jesus pacifica, mas não sossega. Ele quer-nos permanentemente desassossegados.
-
A paz de Jesus — a paz que é Jesus — não é uma vida diluente ou dissolvente.A recompensa que nos espera não é o aplauso do mundo, mas a aprovação de Deus.
-
Se o objectivo do cristão fosse ser aplaudido, haveria ídolos, não haveria mártires.Ídolos são aqueles que o mundo aplaude. Mártires são aqueles que o mundo condena.
-
O mundo não melhora quando os cristãos se conformam. O mundo só acorda quando os cristãos despertam.Uma nova luz se acende quando nenhum cristão se rende!
Autor: Pe. João António Pinheiro Teixeira