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Um episódio explosivo

Há passado que é passado e morto, e há passado que é presente e vivo.

Há acontecimentos que ocorreram há cerca de dois milénios e que continuam vivos no presente com a sua vida e lições.

Quero significar factos relacionados com a fé católica que, embora vividos e realizados no princípio, ainda continuam a ensinar-nos e a provocar-nos.

São Lucas, autor do 3.º evangelho da Sagrada Escritura, é também autor d´Os Atos dos Apóstolos, que narram acontecimentos dos primeiros tempos da cristandade.

Um desses acontecimentos verificou-se em Filipos, Macedónia, durante a 2.ª viagem apostólica de Paulo. Em determinada altura foi acusado de, juntamente com Silas, a andar a difundir uma doutrina fora da lei. As autoridades judiciais intervieram, prenderam-nos, chicotearam-nos e meteram-nos no calabouço mais fundo da prisão.

Por volta da meia-noite, Paulo e Silas entoavam cânticos religiosos com muito entusiasmo, a ponto de se ouvirem por toda a prisão e criando grande alarido entre os presos. No meio desse frenesim, surgiu um enorme terramoto que abalou todo o edifício, abriu e escancarou todas as portas e rebentou quaisquer elos que prendiam.

Os presos ficaram soltos e o carcereiro, abismado com o sucedido, queria suicidar-se por facto tão estranho. Foi Paulo que o sossegou, dizendo-lhe que ninguém fugiu e que tivesse calma. Então o carcereiro perguntou-lhe o que devia fazer. Paulo disse-lhe que recebesse o batismo juntamente com os seus familiares, o que na verdade aconteceu.

Depois disso, mandou-os subir para sua casa, lavou-lhes os pés e preparou uma boa refeição para ambos. A história terminou com a liberdade dos dois Apóstolos, que seguiram a viagem em paz.

Afirmei que há um passado ainda vivo, e com razão, porque a fé cristã está viva e continua viva, porque Cristo está vivo e continua presente na Sua igreja e no mundo. É Ele que anima a nossa fé e enche de alegria e esperança os nossos corações.

A Igreja continua a fazer a sua caminhada pascal até ao Pentecostes, que vamos celebrar dentro de poucos dias. O Divino Espírito Santo é a luz e a força que nos impelem e ajudam na caminhada da vida, até ao último dia das nossas existências.

Não temamos apesar das dificuldades e contratempos que nos surgem no dia-a-dia.

Acrescento uma oração ao Espírito Santo:

“Vinde, espírito Divino,

Celeste Consolador,

E realizai nas almas

As obras do Vosso amor.

Vinde, Espírito Divino,

Com o dom da sapiência,

Ensinar a distinguir

A verdade da aparência.


Autor: Manuel Fonseca
DM

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16 maio 2018