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Um diamante brilhante e bem lapidado: Bernardo Reis

O agora Comendador Bernardo Reis, que não é futebolista nem ganha milhões em mensalidades e trocas tantas vezes fraudulentas, foi homenageado em 7 deste mês. Um homenagem, entre outras que recebeu e merece e que decorreu com a mais elevada dignidade, na igreja do Hospital e no Theatro Circo, em Braga.

O Dr. Bernardo Reis dá-me a honra de ser meu amigo e da minha Mulher, amizade compartilhada com a Cristiana, sua Mulher. Honra-me esta amizade. Aprendo sempre com este Homem da mais elevada dignidade, ponderação, zelo no que lhe é confiado e, rara qualidade nestes tempos e integérrimo.

Ligam-me a este grande Senhor a nossa comum formação académica:

Ambos somos geólogos, mas Bernardo Reis é um geólogo experiente e sábio. Perito em diamantes e outras gemas preciosas, tem uma experiência de serviço internacional neste domínio onde é altamente qualificado, algo que eu não tenho de todo. Quando as nossas conversas abordavam o nosso comum património científico, sempre, mas mesmo sempre, aprendi com ele e estou-lhe imensamente grato por isso.

Perito em solidariedade, não preciso de o comprovar, pois a sua obra, sobretudo na Santa Casa da Misericórdia de Braga e o serviço que tem prestado na União das Misericórdias, mostra o imenso valor de um Homem que não busca louros nem protagonismo nem dar nas vistas. A sua discrição e humildade provam-no à saciedade. Um exemplo para quem se dedica ao serviço da “res publica”.

Apesar de ter tido sempre uma vida profissional e no âmbito da solidariedade sempre imensamente ocupados, o centro da sua vida era a Família. Como foi lindo ouvi-lo, nos agradecimentos, no Theatro Circo, a seus filhos e, de que modo amoroso e sensível se referiu à sua Mulher! Foi uma declaração pública do amor conjugal que, penso, enterneceu toda a assistência que enchia a referida sala bracarense. Bernardo Reis, o agora Senhor Comendador (honorificência conferida pelo Chefe de Estado das poucas bem merecidas que este tem concedido), nesta sua intervenção, em poucas mas muito sentidas palavras, mostrou o que é amar, mesmo quando o tempo escasseia ou a doença apoquenta e atormenta. Como aprendo com este Homem que me dá o privilégio de ser meu Amigo!

Bernardo Reis é um modelo do que é saber escutar (não só ouvir, que isso, praticamente todos podemos fazer!) e do que é saber confiar nos colaboradores e com estes partilhar ideias e projectos. Como tenho aprendido com ele e quão longe sinto que estou deste agir de um Homem pleno de sageza! Como ele está “desfasado” deste tempo de egolatrias patológicas e do “Pensamento do Cancelamento”!… E ainda bem, e deste Senhor não era de esperar outra forma de ser e de estar nesta sociedade da “Era do Vazio” e da “Apoteose do Consumo”.

E que dizer, Bernardo, do muito e muito bem que tem feito a nível cultural? Braga (os bracarenses são-lhes devedores do seu empenho qualificado neste domínio!) e os portugueses igualmente. Eu estou-lhe muito grato. Peço-lhe: continue!

Bernardo, permita-me que lhe agradeça o privilégio de nas nossas vidas nos termos cruzado há já bastante décadas, uma oportunidade que Deus me deu e a Quem tenho de estar grato.

…E deixe-me dizer-lhe, Bernardo, como gostei de ver a sua Mulher, a nossa (da minha Mulher e minha) querida amiga Cristiana sorrindo de alegria malgrado não estar ainda totalmente recomposta da sua saúde.

Peço-lhe que aceite este abraço que publicamente lhe quero dar e que me desculpe por não ter sido capaz de encontrar as palavras mais adequadas para o muito de que lhe seremos sempre devedores.

Como muitos anos da sua vida trabalhou com diamantes (talvez nunca tenha lapidado nenhum), o Bernardo é um diamante lapidado que não precisa das luzes da “ribalta” para brilhar. E muito.


Autor: Carlos Aguiar Gomes
DM

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11 novembro 2021