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Um despertador da vida cristã

A quinta essência do cristianismo, no dizer do distinto teólogo, Carlos Nuno Vaz, fazendo-se eco de alguns Bispos, entre eles o Bispo de Calahorra, Dom Carlos Escrivano, “é a vivência da dor”. Afirma o Bispo: “Sentir a dor com os que sentem dor é a quinta essência do Cristianismo. Esquecer-se de si e descobrir o outro que sofre, absorver a dor e transformá-la em amor, serviço, esperança e sorriso. Onde há concentração de sofrimento, o coração missionário transforma-se nos braços da misericórdia de Deus e dá-lhe olhos, braços, pernas, coração e inteligência.” “O desafio lançado nas cartas deste Bispo é uma ótima catequese para ajudar as crianças que se preparam para a Primeira Comunhão a despertar para o essencial da vida cristã”. Este desafio é também ótimo para qualquer homem sair de si mesmo e olhar o sofrimento e dor do mundo que o rodeia, procurando suavizá-lo. Este desafio é para os políticos de todo o mundo que ignoram a dor e sofrimento dos seus povos. À vivência da dor vou dar-lhe o nome de empatia. A via que nos leva a mergulhar nesta vivência é o conhecimento profundo, radical e sentido do transcendental ser da nossa ôntica natureza humana. Vou abrir as portas deste ser através dos seus fatores transcendentais, relacionais e unicidade. Abertas e escancaradas estas portas, o ôntico ser humano evidencia-se-nos através dos seus imperativos que são os mandamentos da Lei de Deus; que são o amor, a compaixão, o perdão, a solidariedade, a abertura, a aceitação, a justiça; que são a congruência de toda a vida existencial com os transcendentais imperativos do nosso ser ôntico, não ignorando a ausência de roturas. Após tudo isto, está a fugir-me a boca para esta verdade: os políticos, em geral, não adoram os imperativos transcendentais conotados com os dez mandamentos. O fofo travesseiro, onde reclina, com toda a satisfação, a sua ansiosa cabeça, são todas as estruturas existenciais, tais como alcançar o prestígio, o poder, as emoções arredias ao verdadeiro objetivo da mente, à verdade, os motivos, as motivações… Todas estas estruturas são uma espécie de doce chupeta, os partidos, que adoçam o palato dos políticos. Gostaria que esta chupeta fosse substituída pelo fecundo seio da sua mãe, que é o ôntico ser da nossa natureza humana, aberto a toda a verdadeira e luminosa vida, a toda a paz e felicidade.
Autor: BENJAMIM ARAÚJO
DM

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19 setembro 2018