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Todos temos necessidade de fazer um balanço

É importante pensar na pandemia para melhor entender o que ela significa no mundo, nomeadamente para nós que mais de um ano depois do seu aparecimento, continuamos preocupados com o presente e o futuro. Os reflexos da Covid-19 na economia, na saúde, no trabalho, nas famílias continuam presentes no diagnóstico que vai sendo feito e onde cabem sempre novos casos, internamentos e óbitos. Não se trata de avaliar políticas, muito menos de procurar culpados, trata-se de um vírus que não pediu licença para cá entrar e que parece mudar de agressividade à medida que o tempo passa. Ninguém sabe hoje ao certo quantas vacinas vão ser necessárias para combater esta doença, que continua a ser investigada mas ao mesmo tempo se mantém como incógnita quanto ao futuro. Também na política o país se questiona sobre as próximas eleições com sondagens por agora, pouco esclarecedoras e que levam os partidos políticos a não as valorizarem. Precisamos entrar em 2022 com esperança e muita vontade política para sermos esclarecidos, sobre programas, soluções para a economia, para a saúde, ensino, trabalho, investimento e talvez de um novo rumo. A Europa tem problemas de economia mas também de estabilidade social e de novos entendimentos que visem as próprias relações com os vizinhos. O mundo tem hoje problemas que ameaçam a paz, ao mesmo tempo que o próprio ambiente pede soluções de curto prazo. O combate à poluição, mas também à corrupção continuam na ordem do dia e vão ser tema no próximo ano. Nunca como agora é verdade a frase escrita por muitos autores, "a política é um verdadeiro pântano". Por cá parece evidente que a confiança nas nossas instituições políticas e nos nossos líderes nunca foi tão baixa e há muitas gerações que os políticos não eram tão desprezados. "Na verdade, se os seres humanos tivessem a tendência para concordar acerca da nossa vida em comum, não haveria necessidade de exercer o poder e nem a política; mas tendemos a discordar, por isso alguém deverá ter o poder para decidir." Recentemente dizia-me um amigo a propósito duma decisão do poder local de determinada freguesia que deram um miminho, um pequeno cabaz aos idosos da terra…, "bem não foi a todos porque alguns nem sempre estão com a junta”. Fiquei admirado e ao mesmo tempo revoltado, não pelo valor da oferta mas antes pela desigualdade no tratamento de cidadãos eleitores da mesma terra. E pensei com alguma mágoa: como é possível alguém chegar ao poder local e não entender que aquele órgão de poder, não pode nem deve tratar de forma diferente os idosos, nem fazer discriminação conforme simpatia ou cor política. Sinceramente é tempo de o país oferecer uma Constituição a quem exerce o poder e a desconhece. Nenhum critério que sirva como argumento, pode servir para justificar tratamentos desiguais entre cidadãos.
Autor: J. Carlos Queiroz
DM

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26 dezembro 2021