A Coligação tinha tudo para ter sucesso na gestão da CMB: maioria absoluta, descrédito da oposição com um PS em luta fraticida e uma enorme esperança que as pessoas depositavam no projecto do “tempo novo”. É pena que, a meia dúzia de meses do fim do mandato e de poder absoluto, ainda se questione e se discuta a valia da estratégia e do modelo de desenvolvimento que foi executado e se analise pela negativa a obra feita. De facto, quatro anos de gestão e com 300 milhões de euros em carteira se tenha construído, como mais valia para a cidade, um quartel para os bombeiros municipais. Uma ridicularia!
Demasiadamente pouco para tanto dinheiro e para tanto anúncio! É, por isso, que a coligação “Juntos por Braga” deveria retirar notas sérias e ponderadas do trabalho feito até ao momento. É preciso, fundamentalmente, que o grupo de RR proceda a uma avaliação criteriosa e exigente para verificar os pontos fortes e os pontos fracos do desempenho do primeiro mandato à frente dos destinos dos bracarenses. Essa avaliação terá o condão de provocar uma reflexão apurada por parte da “inteligência” da edilidade para entender os erros cometidos e repensar bem nos resultados que foram conseguidos. O modelo em vigor não resultou e é preciso, por isso, incrementar uma outra visão de desenvolvimento e avançar com objectivos mais arrojados, mas daqueles que são exequíveis. Mais obra e menos anúncios.
Todos sabemos que RR gosta de aparecer na comunicação social. Sabemos que não perde uma oportunidade de ser manchete nos jornais locais e de mostrar aos “clientes eleitorais” que é uma personagem política com grande capacidade de intervenção nos mais diversos domínios do município. RR é um autarca da imagem, do circunstancial e do efémero, navegando ao sabor da ocasião e do improviso. Um político com classe e com rasgo não precisa de inundar as páginas dos jornais por tudo e por nada.
Esta prática conduz a uma exposição serôdia e inconsequente. RR ainda não se consciencializou que esta forma de actuar, tornou-se numa maçada para os cidadãos, quer nas redes sociais, quer nos diários locais. RR é, enfim, um líder anódino e para se “impor” na cidade usa os argumentos dos anúncios e da agenda “festeira”. No final, e contas feitas, temos uma mão cheia de nada para mostrar ao eleitorado e circo com fartura, à boa maneira da Roma Imperial.
A estratégia adoptada pelo executivo não vai levar a cidade e o concelho a lado nenhum. Não leva a lado nenhum, porque investir em festas é recriar cenários mirabolantes pouco dados ao avanço social, à seriedade e à consolidação de propostas tendentes a provocar saltos no desenvolvimento de uma região que tem boas condições para se afirmar no quadro económico nacional. Apostar em anúncios também pouco contribui para o PIB camarário e provoca muito desgaste pessoal e retira credibilidade ao plano e às propostas que estão a ser executados. Manifestar desejos, pela sua incongruência e vacuidade não veicula uma linha de conduta madura, positiva e consequente.
Em jeito de remate, não cabe aos críticos apontar caminhos e fazer propostas. Este papel cabe por inteiro à oposição. E por mais que se procure sinais claros da intervenção da oposição, não se conseguem encontrar quaisquer resquícios que sejam dessa “frente de combate político” que está, efectivamente, paralisada. A oposição, má oposição, está acantonado à espera que o poder cometa erros, se desgaste ou que o tempo se limite a passar para aparecer no período eleitoral. Aí, já pode ser tarde e quem fica a perder é, sem dúvida, o concelho, a cidade e os cidadãos.
Autor: Armindo Oliveira