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Tempo de ajustar

Tem sido intermitente, e motivo de preocupação generalizada, o percurso do SC Braga na presente temporada, algo que urge reparar, sendo que é este o tempo de ajustar todo o processo que possa levar a equipa ao êxito.

Quando se pensa em capitalizar uma vitória, a equipa encarrega-se de estragar tudo a seguir, de forma negligente e lamentável. Aconteceu depois da difícil vitória obtida frente ao Tondela, onde a posterior visita aos Açores deixou no arquipélago dois pontos no último lance, depois de uma ponta final onde a equipa bracarense “convidou” os açorianos a um assalto final, cujo desenlace foi nefasto para o desejo de vencer. E assim, dois pontos o vento insular levou, indesejadamente.

A última vitória na Liga Europa parecia facilitar o trabalho de preparação da receção ao Boavista, havendo condições para que a equipa conseguisse, finalmente, duas vitórias seguidas, mas em Braga os erros defensivos, alguns de palmatória como o do golo do empate, traduzem-se em golos do adversário. Basta ver que o Boavista fez dois remates enquadrados com a baliza bracarense e obteve outros tantos golos, em contraste com os oitos remates similares por parte dos arsenalistas, que não conseguiram, mesmo assim, marcar mais golos do que o adversário.

A remontada conseguida, após um erro individual ter dado vantagem axadrezada, parecia encaminhar os Gverreiros do Minho para o triunfo, tal era a forma como controlavam o jogo e como o Boavista abdicava do mesmo, havendo o desperdício de algumas chances flagrantes de definir o resultado, de modo pouco recomendável, que parecia antever que algo estranho poderia acontecer. E o futebol mostrou, uma vez mais, a aplicação da velha máxima de “quem não marca, sofre” e, assim, o Boavista conseguiu um golo de todo impensável, tal foi a forma pouco “agressiva” na abordagem defensiva ao lance, em que quatro jogadores minhotos não conseguiram eliminar a jogada de um adversário.

O jogo contra o Boavista foi mais uma chance desperdiçada de dar outra tranquilidade à equipa e de elevar os seus níveis de confiança através da vitória, que fugiu sobre o final do modo negligente descrito. Foi muito mau e o sentimento geral era de frustração, de quem acabava de ser severamente castigado pela sua ineficácia, uma vez mais.

Esta pausa permite que o grupo analise o que não tem corrido bem, trabalhe na correção dos erros cometidos e evite, com o seu labor, que outras situações negativas ocorram. No sentido de tranquilizar o grupo de trabalho, penso que as palavras do Presidente, a garantir de modo inequívoco a continuidade de Carlos Carvalhal, podem ser relevantes. E esse mesmo apoio ao treinador deve ser alargado e transversal. Agora, é o momento de os jogadores não se esconderem e de darem mais e melhor à equipa, pois se individualmente cada um der mais do que tem dado, o coletivo tornar-se-á mais forte e o sucesso ficará mais próximo, certamente.

É importante uma autoanálise de cada atleta de modo a perceber o que é representar o SC Braga e a oportunidade que tem de poder ser feliz, que muitos nunca tiveram e outros nunca terão. Há casos em que as meias carreiras ou as carreiras aquém do possível, por falta de aplicação no trabalho, estão a acontecer, o que é inaceitável, pelo que alguns atletas podem passar ao lado de percursos profissionais de sucesso, por culpa própria.

Que comece, então, uma fase de sucesso, sem mais adiamentos.


Autor: António Costa
DM

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7 outubro 2021