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Sugestões para a governação do Desporto

Vem aí uma nova legislatura e é tempo de pensar o que se pode fazer de maneira diferente para se esperarem melhores resultados no próximo ciclo político. Falamos aqui de “medalhas” em grandes eventos internacionais, assim como, ter mais gente a “praticar” desporto de forma regular, planeado e a sério. Portugal, quando comparado com países da sua dimensão demográfica e nível de desenvolvimento, fica em regra para trás no que respeita a resultados desportivos internacionais, com exceção do Futebol e uma ou outra modalidade, cuja Federação tem arriscado nos últimos tempos em apostar no Desenvolvimento Desportivo. Nas modalidades individuais, registo para algumas medalhas em provas importantes, ganhas em parte por atletas não nascidos em Portugal e que poderão ser um indicador positivo de medalhas nos Jogos Olímpicos de Tóquio em 2020. A estratégia das nacionalizações tem sido utilizada por muitos países para obter rapidamente resultados de excelência, no entanto, quase nunca traduzem o nível de desenvolvimento desportivo desse país e dessa modalidade em particular. No que toca à participação desportiva, em número de atletas Federados, os últimos dados oficiais da Administração Pública Desportiva apontam para 492.000 licenças federativas, o que significa que, atualmente, 4,63% dos portugueses praticam formalmente desporto. No entanto, no relatório elaborado para a Presidência francesa da União Europeia no final de 2018, apenas cinco dos 25 países europeus analisados tinham taxas de praticantes inferiores à portuguesa. Ainda em relação a Portugal, do que nos é dado a verificar na prática de algumas Federações, este número foi subindo nos últimos anos com inscrições Federativas de atletas que participam apenas em programas sazonais, alguns de iniciação desportiva básica, e recentemente, cada vez mais “em moda”, com as competições de Masters. Como se tem que começar por algum lado, para melhorarmos os nossos indicadores, aqui ficam apenas 3 sugestões, simples mas fundamentais para iniciar um processo de desenvolvimento desportivo para o nosso País: 1. Definir o que se quer para o Desporto em Portugal, que quantidade e que qualidade, com que metas e objetivos? Juntar os partidos políticos e fazer um pacto a 4, 8 ou mesmo 12 anos. O desporto, para ter resultados, não pode viver de ondas político-partidárias. 2. Alinhar os agentes desportivos, e estes, fazerem o que lhes compete sem sobreposições, falamos nomeadamente, do setor escolar, federado, universitário; 3. Libertar o Desporto da Juventude e vice-versa, quer na pasta política, quer na administração pública desportiva. Não vamos misturar coisas que nada têm a ver uma coisa com a outra, e quando ambas são muito importantes. Bom trabalho e boa legislatura.
Autor: Fernando Parente
DM

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18 outubro 2019