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Será que a sinceridade e a coerência andam nas campanhas eleitorais?

Num período de tempo tão curto em que vamos ter vários tipos de eleições, as relações humanas exigem que se reflita na educação das pessoas, no respeito de uns pelos outros e, sobretudo, no verdadeiro amor que lhes está subjacente. Os políticos passam o tempo de campanha eleitoral a procurar descobrir as falhas dos adversários, a detetar os seus lapsos e a esmiuçar os seus discursos ou propostas para encontrar todos os seus deslizes, a fim de os achincalhar publicamente.

Insultar, enxovalhar, discriminar e vilipendiar os concorrentes que não pensam como eles não é fazer política. Discordar dos competidores políticos com respeito, com elevação, apresentando soluções melhores do que eles, isso sim, é fazer política. Elogiar os adversários, quando defendem causas justas é fazer política no seu mais elevado esplendor. Estes políticos equilibrados, além de respeitar os seus opositores, revelam que têm um grande apreço pela dignidade humana. Na filosofia de base das suas ideias está o amor à verdade e o respeito pela sinceridade.

O eleitor tem que estar muito atento. Sabendo que muitas coisas que os candidatos dizem e proclamam não são para se levar a sério, deve procurar conhecer a personalidade, o caráter e tudo aquilo que eles fazem na vida pessoal e social. O bom senso diz-nos que a competência, a coerência, a honestidade, as boas qualidades de trabalho e a ideologia dos concorrentes aos cargos a que se propõem é que são as caraterísticas do seu bilhete de identidade, podendo oferecer uma certa garantia de que virão a ter um bom desempenho nos cargos que vierem a ocupar.

Aqueles que respeitam os opositores e os tratam com elevação serão, à partida, mais recomendáveis do que aqueles que passam os dias a proferir impropérios aos adversários. Todos os eleitores devem pensar pela sua cabeça, atuar como cidadãos adultos e bem esclarecidos, utilizando o sentido crítico para saber distinguir o trigo do joio. É sabido que o móbil e o entusiasmo de uma grande parte dos políticos são a notoriedade fácil, a fama vã, a ganância e o desejo de subir na vida à custa dos outros. Na política, como noutras funções superiores na sociedade abundam os ambiciosos, os interesseiros, os desonestos, os corruptos, os intrujões, os fazedores de corja de compadrios ou de incompetentes no desempenhos dos cargos, nos quais acabam por ingressar sem mérito, mas apenas pela cor partidária.


Autor: Artur Gonçalves Fernandes
DM

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23 maio 2019