A gratidão é, na verdade, uma expressão cronológica da vida, na medida em que começa por ter de ser expressa aos nossos progenitores e a todos aqueles que ao longo da vida nos acompanharão em nosso benefício moral e cívico.
Este é certamente o nosso primeiro cenário educativo. Privilegiados são os que pelo apoio dos seus pais ou familiares conseguem caminhar e desfrutar da oportunidade de poder ter o nosso primeiro professor e treinador como alguém que, com paixão, dedicação e competência no que faz, nos transmite os seus ensinamentos.
Todos sabemos que grande parte daqueles que optaram por prosseguir estudos na área da atividade física e desportiva, num determinado momento do seu percurso, tiveram a influência de alguém que transmitiu algo que significativamente os marcou e os direcionou para esta área.
Esse alguém, professor ou treinador, ou até um atleta de referência transmitiu um determinado exemplo, uma forte mensagem, um determinado saber, canalizando atenções para comportamentos e decisões daí decorrentes.
Estou certo que o importante é a transmissão duma mensagem verdadeira e genuína sobre algo que se quer ensinar. Por vezes, não dispondo muitos de nós do talento ou a mestria que temos na transmissão de conteúdos recheados de valor somos levados a atuar com os exemplos de outros.
A gratidão passa por dedicarmos algum tempo a trabalhar a nossa memória e a agradecermos por todos os contributos que os nossos sábios e dedicados professores/treinadores nos forneceram em prol da nossa evolução.
Depois de darmos relevo e uso às nossas competências, ao nosso trabalho e ao nosso talento, o avanço da idade permite uma cuidada digestão de todos os sucessos e erros transformando-os, em conjunto com o conhecimento acumulado, numa energia que podemos perfeitamente utilizar em benefício dos que nos rodeiam, naqueles para quem temos a responsabilidade de ensinar e transmitir algo que mantém a natureza humana com possibilidades de continuar a evoluir.
No entanto, imperfeitos que somos, não podemos descurar a generosidade e à atenção de agir com gratidão aos que nos possibilitaram a nossa evolução. Estou certo que não seria necessário Cristiano Ronaldo ou Messi terem alcançado a notoriedade para agradecer o contributo dos seus formadores, na forma como evoluíram até ao sucesso.
No entanto não são apenas os que ganham que devem estar gratos. Na verdade, um dos requisitos essenciais para vencer é nunca deixar de dar o seu melhor, nomeadamente aquela que se poderá expressar por um título desportivo, objetivos profissionais alcançados ou projeto concretizado.
Importante para o sucesso desportivo e académico é seguir os bons exemplos e aprendermos a valorizar o trabalho com responsabilidade, honestidade e brio.
Cada um de nós deverá estar sempre grato por todos os ensinamentos e contributos dados por quem nos influenciou positivamente. Esse é o nosso desafio, para o qual não podemos esquecer que ninguém consegue nada caminhando sozinho!
Autor: Luís Covas
Ser grato

DM
30 novembro 2018