Ser democrático é poder expor-se, falar frente a frente, sem medo e sem preconceitos, avançar com os seus projetos políticos, com as suas ideologias, desenvolvendo os seus pontos de vista sem atingir, nem magoar os que trilham caminhos diferentes. Nunca podemos pensar que somos os donos da verdade.
Ser democrático não é aquele que se esconde por detrás de cartas anónimas, porque quando são verdades não carecem desses subterfúgios para se revelarem. A democracia requer transparência, retidão, sinceridade… o anonimato é o adverso da verdade, rumo à hipocrisia, à falsidade, à desumanidade e a tudo aquilo que um verdadeiro ser humano não deve fazer.
Ser democrático é saber escutar, saber agir, saber avaliar, saber respeitar, saber criticar…
Ser democrático é conquistar o poder com o poder da verdade e não com o derrotismo, com ataques maldosos à dignidade da pessoa humana, ferindo-a, deixando rastos irreversíveis.
Ser democrático é o contrário de ser desregrado, impetuoso, emanando inverdades, incoerências com tudo o que está à vista, abstraindo-se da realidade e do normal progresso de uma terra.
Ser democrático é respeitar o poder instituído, eleito pelo povo, é debater, é propor, é fundamentar, tentando, com os seus argumentos, aprovar, se possível, aquilo que defende e nunca querer impor-se, tentando retirar o mérito a quem verdadeiramente o tem.
Ser democrático é saber atuar como governo de uma nação, respeitando o poder autárquico em todos os desenvolvimentos, atividades, projetos, com total isenção seja qual for a sua ideologia política.
Ser democrático é saber assumir as derrotas e saber fazer oposição construtivista e, em conjunto, mesmo em dicotomia de ideias, elevar e fazer crescer uma terra.
Ser democrático é ter gosto e ajudar no crescimento do seu concelho, do seu país, da sua instituição… e na grandeza das suas gentes.
Ser democrático é sentir amor ao seu trabalho, ser fiel às suas promessas, servir e não ser servido…
Viver em liberdade, requer responsabilidade, sabendo lidar com todas as situações quer no poder, quer na oposição ou em quaisquer outras conjunturas. Não podemos ultrapassar os limites do bom senso. O poder pode ser conquistado, mas nunca à custa da mentira e do desprezo pela dignidade de qualquer ser humano.
Devemos, na própria oposição, saber passar, também, o que de positivo vamos observando… Devemos ser profetas do progresso e do bem que os responsáveis de uma autarquia, de um país, de uma organização… fazem no desempenho dos seus cargos.
Saber agir…
Nascemos, crescemos e aprendemos,
Aculturamo-nos, fazendo-nos.
Escolhemos ideais e destinos!
Vamos sendo fruto do que queremos.
Tentemos ajuizar o que temos,
Construir âmagos sãos, fidedignos!
Filtrar maldades e pensares somenos…
Comemos a farinha que moemos!
Pensemos nisto e ajamos já!
Construamos um ser digno e puro.
Tantas maldades que por aí há!
Saibamos prever o nosso futuro.
Da nossa atuação tudo sairá,
Calquemos sempre caminho seguro…
Autor: Salvador de Sousa