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Sem “alma”, nem “têmpera”

Xeque-mate ao rei foi o mesmo que ofertar o trono ao diabo: maçonaria, sectarismo, comunismo, subversão e ruína da Pátria”, (Lobiano do Rego, filósofo e teólogo do século XX)

Desde o regicídio que a República carrega na consciência o ónus de ter matado o rei de Portugal e o seu herdeiro à falsa fé. Ou seja, de forma desleal e traiçoeira. Daí, o termos tido uma época pós-monárquica indigna de ser contada às gerações mais novas tais foram as sevícias praticadas, em que muita pólvora foi queimada, muita vida perseguida e ceifada às mãos dos ‘carbonários’ e a que só um regime musculado viria a pôr cobro a seguir.

Ditadura que não só não conseguiria eliminar, ou atenuar, em décadas a saga de crimes de lesa-pátria – que, entretanto, herdara – tais como ‘corrupção’, ‘desfalques, ‘falcatruas’, etc., como deixou a soldo todos aqueles que se perfilavam virem a ser os novos protagonistas da mesma saga. Arcando, ainda, com as vicissitudes de uma guerra colonial que custaria a vida a milhares de jovens na flor da idade.

E se portugueses houve a acreditarem que o ’25 de Abril de 74’ poria cobro a tais patifarias, depressa se desenganaram perante o oportunismo de alguns políticos, entretanto ‘abrileiros’, que se foram enredando em esquemas do género, só que de uma forma mais descarada e sofisticada. É que, lá bem no fundo, o que cada líder político gostaria era de ser rei na República. Não como os que há na Europa, mas senhores absolutos, como o da antiguidade ou da idade média. E há-os para todos os gostos e ideologias, pois adoram usar a seu favor o “quero, posso e mando”.

Com efeito, tal miscelânea de conceitos não cabe nesta Rés-pública do século XXI. É que a revolução – de 74 – foi moldada à imagem de outras, cujo cunho imprimido foi o do ‘socialismo pró-marxista-leninista’. O que matou, logo à partida, qualquer hipótese de ‘monarquia-constitucional’ que o povo entendesse, um dia, eleger. O que satisfaz o ego de cada político aspirar vir a ser, um dia, Presidente da República, ainda que seja um ‘imberbe’ qualquer para a função.

Já tivemos Presidentes que se arvoraram em reis, mas nem às solas de um verdadeiro monarca – símbolo da independência do reino – seriam comparáveis. O saudoso dr. Mário Soares foi uma espécie de soberano, cuja ideologia não só mandou às urtigas os ‘heróis do mar’, como deixou o ‘nobre povo’ no estado de ‘subsídio-dependente’, europeu endividado, graças a um socialismo do ‘dar’ sem criar riqueza. Aliás, cada vez mais seguido pelos seus correligionários e que quase sempre vem dando em desgraça. E em termos de hereditariedade, já vamos tendo o ‘Familygate’ com pais e filhos, esposas e maridos, tios e sobrinhos, primos, noras, genros e sogros nas esferas do Governo.

Por isso, só faria bem a certos ‘democratas’ lerem a entrevista dada pelo professor e filósofo, Alexandre F. Sá, ao jornal ‘Inevitável’, em 4 de outubro, último, na qual expõe – de entre outros – os seguintes males da nossa democracia: “o desconhecimento sobre o que é, realmente, a extrema-esquerda’ e a ‘extrema-direita’; o ‘populismo de esquerda’ e ode direita’; a democracia de uns e a de outros e o que escondem do povo; o porquê da sociedade de hoje já não se rever nos, ‘destemperados’, partidos do ‘arco’ da governação; a razão pela qual há fenómenos como o de Joacine, Mamadou Ba e quejandos de se imporem às maiorias; o léxico predomínio de que ‘os da esquerda são os bons’ e ‘os da direita vilões’; a esquerda é inteligente’ e ‘a direita burra’, etc.”.

Aqui chegados, o que vemos? Desde corruptos em liberdade ao ‘bota-abaixo’ de monumentos que lembrem o nosso passado histórico; ao exaltar do racismo por dá cá aquela palha; à supremacia animal sobre os humanos; à mentira e ao ‘rapace’ engravatado; à ditadura das energias verdes à custa da extração de minério poluidor, tudo vai servindo a estes políticos para sustentarem estebananal” republicano – sem “alma”, nem “têmpera” — à beira-mar plantado.


Autor: Narciso Mendes
DM

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18 outubro 2021