Bom Ano Novo de 2022 para as pessoas de boa-fé. Já aqui publicámos: 3/1 e 3/12/16; 5/1 e 28/12/18; 27/12/19; e 2/1/21. A Resolução ONU 2222, de 27/5/15, nr. 1: “Condena todas as violações e abusos cometidos contra os jornalistas, os profissionais dos meios de comunicação e o pessoal associado a situações de conflito armado, e exorta a todas as partes nos conflitos armados a que coloquem fim a essas práticas”. E no nr. 2: “Afirma que o trabalho de meios de comunicação livres, independentes e imparciais constitui uma das bases essenciais de uma sociedade democrática e, por tanto, pode contribuir à protecção dos civis”. De acordo com o IPI-International Press Institute - a defender a liberdade de imprensa desde 1950 -, 45 jornalistas, no mínimo, foram assassinados em 2021 (29/12). Assim, a violência contra os jornalistas permanece como um desafio global. Os países mais mortíferos são o México (7), o Afeganistão (6), a Índia (6) e a República Democrática do Congo (3). Infelizmente, o IPI alerta ainda contra a insistência na impunidade dos assassinos. Os jornalistas deveriam ser protegidos de modo a serem capazes de fazer(em) o seu trabalho de modo livre e seguro. A Federação Internacional de Jornalistas-IFJ, não tem infelizmente dúvidas em apontar como 45 o número de assassinados. E, em alguns casos “pior do que isso”, a permanência em prisão de cerca de 365. Alguns, “é sempre bom lembrar”, enquanto escrevemos estas linhas em liberdade, sob tortura física e psicológica. Paremos um minuto, nós, os crentes, para rezarmos por eles. Para rezarmos também pelo arrependimento dos seus carrascos. Mas paremos também 1 minuto, nós, os não crentes, com princípios éticos e morais universais, para enviarmos energias positivas para quem está nessa situação. Creio que será escusado descrever aqui algumas das torturas usadas contra pessoas inocentes um pouco por todo o mundo. Tudo o que possam imaginar para fazer mal a uma pessoa inocente – como p.e. um jornalista probo - está a ser feito, neste momento em que escrevemos estas palavras, algures no mundo. Respeito, portanto. Respeito. Alguns morrerão na prisão. Mas seus espíritos não. Seus espíritos não. No presente momento, 10/12/21, temos os seguintes números de JORNALISTAS PRESOS (fora outros casos desconhecidos): China ditatorial (102); Turquia (34); Bielorrússia (29); Eritreia (29); Egipto (27); Vietname (21); Myanmar (18); Rússia (12); Azerbeijão e Iémen (11); Cambodja (10) e Irão (9). E depois existem casos totalmente obscuros como na situação da Coreia do Norte (?). Aliás a Deutsche Welle refere que, comparando 2021 a 2020, foram assassinados mais jornalistas em 2020. O problema é que há mais jornalistas presos e sob tortura. Os Repórteres Sem Fronteiras fizeram soar o alarme ao apontar o dedo a países como a China ditatorial, a Bielorrússia e Myanmar. Já a Reuters p.e. apontava também em 9/12/21 o 24 como o número de jornalistas assassinados no mundo em 2021. Já o número de jornalistas em prisão desde 1992 é o mais elevado de sempre. Para a Reuters os países com mais jornalistas presos são os seguintes: China ditatorial; Myanmar; Egipto; Vietname; e Bielorrússia. Embora os números sejam diferentes de outras fontes. De qualquer modo, uma vez que estamos a lidar em muitos casos com as piores das ditaduras, é bem provável que existam ainda mais jornalistas e colaboradores presos do que quaisquer “números oficiais”. Além dos que desaparecem sem deixar rasto. Não por acaso foi atribuído o Prémio Nobel da Paz 2021 aos jornalistas filipina Maria Ressa e ao Russo Dmitri Muratov. Todavia, e porém, deveriam ter sido atribuídos muitos mais como p.e. na Coreia do Norte, Irão, Arábia Saudita, China ditatorial, Macau, Hong-Kong, etc.. Veja-se mais 2 jornalistas Chineses livres que acabam de ser presos, numa operação da polícia política contra o portal de notícias local Stand News. Honra seja feita aos art.s 37º e 38º da Constituição sobre “Liberdade de Expressão e Comunicação Social” com respeito pela Honra.
Autor: Gonçalo S. de Mello Bandeira