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Realidades inibidoras do desenvolvimento (1)

Para melhor entender este intrincado problema da anemia económica prevista pelo FMI, temos que olhar para vários indicadores que tornam a economia nacional frágil, pouco competitiva e sem capacidade de agarrar os cordelinhos do progresso, do desenvolvimento e da sustentabilidade.

* Crescimento económico: até 2021 andará à volta de 1% anual. “Poucochinho” para tanta necessidade. “Poucochinho” para tanto dependente do Estado. Com esta taxa de crescimento não é possível criar emprego, reduzir a dívida, controlar o défice público real e gerar uma onda de confiança real nos consumidores. Com esta taxa de crescimento, o país está tramado e a degradação da vida dos portugueses agravar-se-á inevitavelmente.

* Dívida total: anda à volta dos 720 mil milhões de euros. Cada português deve, em média, 70 mil euros. Um disparate! Só em 2016, a geringonça acrescentou comodamente mais 9,5 mil milhões de euros à dívida pública. E em janeiro de 2017 aumentou ainda mais 1,8 mil milhões! Impagável, portanto! Um colosso em construção estupidamente ao longo desta democracia da impunidade, do embuste e da mentira. Sem responsáveis e sem consequências. Com muita politiquice e com pouca política. Insensatez muita, burrice com fartura, pela certa. Com muito boy e afilhados nos lugares de decisão e com poucos estadistas.

Com muita manha e com pouca clarividência. Uma dívida que nasceu, medrou e agigantou-se, e em expansão, de rosto tapado e sempre com “mãos atrás dos arbustos”. Um país gangrenado por desequilíbrios económicos e sociais esmagadores e agora adubado neste tempo em que os radicais de esquerda, anti-Europa, anti-euro, anti-valores ocidentais, capturaram o poder e querem-no restringir, diante dos nossos olhos, em jeito de guerrilha institucional, ao grau zero da democracia pluralista. Gastam sem conta e sem medida em reposições, em reversões e em eliminações e, depois, querem, aliás, exigem, renegociação da dívida como se isto fosse um jogo de apanhar Pokemones ou se limitasse a um virar da página que diz: “se não aceitam as nossas condições, não pagamos”. Inconsciência! Estupidez! Um absurdo!

* Despesa pública: imparável, para satisfazer clientelas eleitorais e oligarquias que orbitam no mundo das influências e que nos tratam como tontinhos. Em 2016, subiu 1,9%, o que equivale acerca de 3,5 mil milhões de euros. Uma enormidade para um país que ainda está a ser monitorado pelas instituições da Troika. Para um país que conheceu a vergonha de um ajustamento financeiro tremendo e sem responsáveis. Para um país que gasta o que não tem. Para um país, enfim, que está num atoleiro de dívidas, de défices e de patetices. Tanta irresponsabilidade! Tanta matéria para ser explicada devidamente a todos os portugueses. 

Em Janeiro de 2017, houve menos 5,7% de receita total em relação ao mesmo período do ano anterior. Houve, por outro lado, um acrescento de 0,8 % no capítulo da despesa e um aumento na taxa de juros. Mau sinal que pode perspectivar um agravamento acentuado nas condições de vida do país. Nem estes sinais fazem despertar as consciências dos radicais que estão embrenhados em dar cabo disto tudo e de um governo em que as principais figuras estiveram envolvidas na bancarrota. Isto é, na operação do pedido de resgate de 2011. Quem entende isto?!

 

Autor: Armindo Oliveira
DM

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15 março 2017