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Quem conta um conto, acrescenta um (ou dois) ponto(s)

Dizem que os contos servem para adormecer crianças e para despertar os adultos. Assim sendo, e para tentar acordar alguns dos adeptos do SCB, vou contar parte da nossa odisseia no passado fim de semana, rumo ao dragão, onde era meu propósito comparar, ao vivo e a cores, o jogo e a viagem, com a história que ouvi contar, recentemente, de uma outra, a uma localidade que dista de Bracara Augusta, menos de metade dos quilómetros.

Desde as recentes idas ao Jamor não via tamanho aparato para acompanhar o clube. Coincidentemente só fomos “ultrapassados” pelo autocarro da equipa, já perto do Dragão, pelo que acredito que o staff técnico, diretivo, e jogadores, ao verem quase meia centena de autocarros, terão percebido que a presença de tantos adeptos, sendo crença nossa, era também responsabilidade deles, pela qualidade do futebol que vêm apresentando.

O percurso final até ao estádio (500 metros) foi feito, por nós, a pé, com a entrada nas bancadas a coincidir quase com o início do jogo. No meu caso, cheguei à bancada a faltarem, sensivelmente, cinco minutos para este se iniciar, o que me levou a escrever: “Aleluia… ainda a tempo de ver o jogo todo. Porto é mais perto que Guimarães, ou deve ser por não haver fronteira”.

Uma colega de Guimarães, prontamente, respondeu: “Acho que o problema é mesmo a fronteira”. Ou seja, usando o mesmo argumento, a fronteira, conseguimos brincar sem necessidade de recorrer à ofensa e injúria, infelizmente, tão comum entre adeptos rivais.

Do jogo em si, já muito se disse e escreveu, pelo que passo para o final do mesmo, e, enquanto esperávamos autorização para sair da bancada e voltar ao autocarro, apesar da tristeza pela derrota, ainda consegui manifestar o orgulho sentido, pelo melhor futebol e melhores oportunidades, criadas no jogo, serem nossas.

Já fora do estádio, e enquanto a polícia “aplanava” o percurso de regresso aos autocarros, fui ouvindo os incorrigíveis treinadores de bancada, peritos em prognósticos no fim dos jogos, criticarem as substituições, culpando o treinador e um dos suplentes utilizados.

Eu, parafraseando o nosso treinador prefiro argumentar: “Já temos dois momentos adversos em que pensar (Zorya e FCP) os quais urge transformar em oportunidades para melhorar, ainda mais, a equipa e os seus processos de jogo.”

Penso, também, que não podemos deixar de elogiar, e enaltecer, o excelente futebol que temos proporcionado ao país, quer na pedreira, quer noutros estádios. Para os adeptos mais exigentes, tentando acordá-los, acrescento dois pontos, sendo um deles de interrogação:

(1) Viram o que se passou, arbitralmente falando, nos jogos de SLB e SCP no dia seguinte?...

(2) Atendendo ao circo mediático atual, podemos e devemos sentir-nos felizes e orgulhosos por as notícias a respeito do nosso clube, se centrarem, fundamentalmente, na qualidade do futebol que apresentamos.

Que assim continuemos, pelo que, e mais uma vez, parabéns a todos os envolvidos, com o Abel à cabeça, nesta onda de sucesso.


Autor: Carlos Mangas
DM

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16 novembro 2018