Em jeito de prólogo de Ano Novo, quando para trás ficou mais um fortemente marcado pela pandemia Covid-19 que influenciou a vida de toda a gente, há que imitar a inspiração dos três reis magos e procurar o caminho que nos faça recuperar a liberdade perdida e nos permita virar a página da inércia, da resignação e do imobilismo.
Liberdade coartada pela inesperada epidemia global que nos bateu à porta, já lá vão dois anos, que condicionou a economia, agravou a pobreza e fez disparar as desigualdades multiplicando os problemas sociais em diversas latitudes.
Neste preâmbulo do novo ano onde abundam demasiadas incertezas, é preciso não esmorecer. É fundamental que cada um faça o seu papel e possa contribuir para as mudanças necessárias à construção de novos caminhos de progresso, de solidariedade e de paz.
Como bem referiu o Presidente da República na sua mensagem de Ano Novo, é preciso virar a página. É imperioso aprender com os erros do passado e projetar um futuro com mais ambição.
As eleições legislativas do próximo dia 30, resultantes da inesperada crise política precipitada pela não aprovação do Orçamento do Estado para o ano em curso, são uma grande oportunidade para sacudir o marasmo e dar início a um novo ciclo.
Um novo ciclo que se inicie com a formação de um novo governo assente numa maioria estável e duradoira que possa levar a cabo as reformas de que o país necessita.
Reformas urgentes em áreas tão importantes como a Saúde, a Justiça, a Educação e a Economia.
Na Saúde libertando-a dos anátemas ideológicos, mas preservando um Serviço Nacional de Saúde (SNS) universal e tendencialmente gratuito.
Na Justiça encetando as mudanças necessárias e dotando-a dos recursos indispensáveis que a tornem mais célere e eficiente.
Na Educação livrando-a das cartilhas do pensamento único, restituindo a liberdade a quem ensina e a quem aprende e banindo a doutrinação que põe em risco a família tradicional.
Na Economia fazendo as alterações que visem aumentar a produtividade, combater o ócio e premiar a inovação, o mérito e o trabalho.
A estes importantes setores acresce a urgência em prosseguir com uma efetiva descentralização que possa inverter a desertificação de boa parte do território nacional, bem como olhar de frente para o grave problema da demografia.
Uma efetiva descentralização que permita às terras do interior um desenvolvimento idêntico às regiões do litoral, dando-lhes a autonomia e os meios para o alcançar.
Um olhar de frente para o grave problema demográfico, investindo muito mais nas políticas da natalidade criando condições aos jovens para constituírem família e terem os filhos desejados.
Muito resumidamente, acredito que estes são os princípios basilares que devem nortear a ação dos futuros atores políticos, de modo que o país possa obter mais desenvolvimento e maior progresso. Penso que só assim será possível romper com a resignação e inverter a tendência que nos vai atirando para o fundo da tabela dos países da União Europeia, em múltiplos parâmetros.
O próximo ato eleitoral de 30 de janeiro constitui uma oportunidade excecional para dar início a um novo caminho.
Fazendo jus ao provérbio popular “Ano novo, vida nova” ou ainda a outro que diz “Quem muda, Deus ajuda”, há que ter consciência que é imperioso não ter medo de arriscar.
O povo português, como tem demonstrado ao longo da sua história, é tão bom como os melhores. O desempenho de milhares de portugueses em diferentes partes do mundo e em distintas atividades é disso o melhor exemplo.
Está em cada um de nós saber fazer a escolha certa.
Ao votar, elejamos os timoneiros mais capazes de nos fazer sair da estagnação e que tenham a coragem e a ousadia dos nossos marinheiros de mil e quinhentos.
Façamos das próximas eleições legislativas um ato de libertação, o nosso “Grito do Ipiranga” e saibamos escolher os melhores.
Está nas nossas mãos!
Autor: J. M. Gonçalves de Oliveira