twitter

Praga de pilaretes na cidade de Braga…

As artérias principais da zona histórica da cidade de Braga foram invadidas por uma “praga” de pilaretes de ferro, como medida de bloqueio do estacionamento abusivo, causando em algumas situações elevada perturbação à normal circulação viária e um desrespeito pela segurança e pela mobilidade dos transeuntes ou cidadãos com dificuldades de mobilidade física. Compreende-se o descontentamento dos comerciantes devido à disfuncionalidade das cargas e descargas das mercadorias, sabendo-se da existência precária ou nula de espaços complementares à presença de veículos de transporte logístico. Percebe-se que esta decisão de ordenamento promovida pelo município bracarense já no limiar da paciência, não agradou a “gregos”, mas satisfez alguma vontade justa e já tardia a “troianos”, que reclamavam ordem na casa e o cumprimento por parte dos condutores relativamente aos deveres expressos no Código da Estrada. Obviamente, este panorama de “estacas de ferro” “plantadas” nas ruas da “cidade autêntica” tornou-as inestéticas e eram dispensáveis se houvesse civismo de quem prevarica ao saber que não deve estacionar numa zona proibida. Subscreve-se a declaração do presidente da edilidade da cidade dos Arcebispos que, numa alocução pública, lamentou que “temos constatado que há uma proliferação e reincidência de comportamentos absolutamente abusivos por parte de muitos cidadãos, que transformam os passeios em zonas de estacionamento permanente, em várias artérias do centro. Isso resulta em barreiras para quem circula nessas zonas, mas, sobretudo, no desrespeito da lei reiterado, que ajuda a degradar os próprios pisos”. Contudo, a ausência ou inoperância fiscalizadora de quem está incumbido de responsabilidades acrescidas, nomeadamente a polícia municipal, tem contribuído para tornar a cidade congestionada, com todas as consequências para o escoamento do tráfego e para os transportes públicos de Braga satisfazerem o cumprimento dos horários, com destaque na direção da avenida Central até ao largo dos Penedos, rotundas de Monte d’Arcos e de Infias, entre outras. Até à colocação dos pilaretes, o centro da cidade estava repleto de infratores indiferentes ou insensíveis e desordenado pelo estacionamento indevido ou abusivo de automóveis. A ideia da “Via Azul” implementada em 14 ruas no centro de Braga terá falido ou está de quarentena no que concerne à intensidade da fiscalização, uma vez que o sancionamento do estacionamento irregular no âmbito da “tolerância zero” ou tem vista grossa ou a complacência domina em matéria de pacto com a má conduta do automobilista, relativamente às segundas filas, veículos em cima do passeio e perturbação da tranquilidade do peão na sua zona de circulação. Infelizmente, não havendo condições na supressão ou dissuasão do problema “ancestral” do estacionamento abusivo em Braga por irresponsabilidade e incumprimento dos deveres do condutor, tendo em consideração a situação problemática da fluidez do trânsito no centro da cidade, já por si estrategicamente exíguo na sua estrutura de espaço, em muitos casos pondo em causa a segurança e a tranquilidade da circulação dos cidadãos, esta benéfica “praga” de colocação de pilaretes nas ruas da zona histórica bracarense já faz o seu efeito nos objetivos de libertar o trânsito citadino condensado e condicionado e que não serve os interesses da comunidade pedonal. Endereçando os parabéns à autarquia de Braga, resta agora a correção de pequenas arestas e pode ser, que talvez um dia, os pilaretes possam ir à “vida”.
Autor: albino gonçalves
DM

DM

2 julho 2018