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Ponto por ponto

A qualidade nunca se obtém por acaso. Ela é sempre o resultado do esforço inteligente.” John Ruskin, escritor britânico, crítico de arte e crítico social - (1819-1900)

Ponto um - Portugal tem, no momento, um governo low-cost, quer na composição, quer na funcionalidade, quer ainda nos resultados. Tudo poucochinho! Além disso, é um governo suficientemente oneroso para a realidade social do país e um mau exemplo para qualquer instituição do Estado. Por outras palavras: é o maior governo de todos os tempo em democracia.

Ponto dois - Está, de facto, em funções governativas, uma administração central, tíbia e com uma chusma de gente que a torna desmesuradamente arrastada para a realidade nacional. Bem propagandeado este sistema de coisas, vai oferecendo aos seus “clientes” serviços mínimos e de baixa qualidade, associados a uma prática política questionável “de tudo para todos”. Se não é tudo, fica lá perto. Pelo menos, assim o dizem. E com aparato! Há, contudo, diante dos nossos olhos, um desenvolvimento activo e participado de um modelo social, inquinado, bigorrilha e imperceptível, caracterizado por fingimentos, por quereres e por pressupostos maquiavélicos para que o poder não lhe saia das mãos, fundamentados numa estratégia de promessas vãs.

Ponto três - O serviço público prestado aos cidadãos é de qualidade sofrível com perdas assinaláveis para o nível de vida de um país europeu. Sem dúvida! O SNS é o exemplo perfeito desta política low-cost. Outras ofertas, com destaque para a Justiça, Segurança, Educação, também em gestão low-cost, ganham corpo e são alinhavadas por pontos fiocos e por uma grande ofensiva de marketing irracional, comparável a vendas de contrafacção feirada ou de vinhos zurrapas com rótulos de topo de gama Assenta ainda numa teia ideológica extremista que não olha a meios para ser colocada nos radares da comunicação social a todo o tempo e em todo o lugar, como sendo eles os bons desta história de guião enfadonho, crispado e repetido.

Ponto quatro - A discussão do Orçamento do Estado define claramente as linhas da demagogia e da irresponsabilidade destes políticos extremistas que, sem a noção do rigor e da realidade nacional, pugnam por conduzir o país para o campo do aumento dos impostos, de maior despesa pública e, consequentemente, de mais endividamento para aparecerem, de peito feito, no festim distributivo. A esquerda lusa deu-lhe para isto: fazer dos portugueses um bando de tontos e de néscios. Um povo sem memória histórica e sem ambições. Com presente incomodado e com futuro adiado. Sempre sem futuro. Portugal não merece, nem precisa de extremistas na esfera do poder. De modo nenhum. Portugal é um país ocidental, de matriz cristã.

A verdade é que em 2015, a Coligação Negativa apanhou o país a sair da sufoco da Troika que, apesar de tudo, salvou Portugal da humilhação completa. Como seria bom que essa gente compreendesse este triste episódio da história recente, para o deixar levedar, dar-lhe tempo para se transformar num produto transacionável até para não se cometerem e repetirem as mesmas asneiras? Mas, a sede do poder fez mudar o rumo dos acontecimentos. Para onde, a ver vamos!

Ponto cinco - Para finalizar e como nota de rodapé. Três pivôs iranianas da televisão pública decidiram demitir-se por discordarem da cobertura jornalística do abate do avião ucraniano. Relataram os acontecimentos da queda do avião na televisão do regime de uma forma enviesada e falsa, quando, mais tarde, verificaram que a queda do avião com 176 pessoas a bordo deveu-se ao disparo de dois mísseis terra-ar. Estas jornalistas não pactuaram com a mentira, demitiram-se, correndo sérios riscos na sua integridade física, psicológica e familiar.

Se este exemplo de grande verticalidade, de carácter e de honradez fosse seguido em Portugal, possivelmente muitos órgãos de comunicação social não tinham direcções, nem conselhos de redacção em funções. Ou, pelo contrário, tínhamos uma imprensa verdadeiramente responsável, credível, isenta e imparcial. As “fake news”, neste contexto, não tinham qualquer relevância.


Autor: Armindo Oliveira
DM

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26 janeiro 2020