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Ponto por ponto

“A coragem é a primeira das qualidades humanas, porque garante todas as outras” - Aristóteles, filósofo grego (384 - 322 A.C.) Ponto um - O Partido Social Democrata (PSD) vai no dia 11 de Janeiro eleger, de novo, o seu líder. Três candidatos se apresentam a eleições: Rui Rio, Luís Montenegro e Pinto Luz. Em princípio, um acto eleitoral perfeitamente normal. É a dinâmica partidária a funcionar, dizem alguns. Será mesmo? Ou será mais uma tentativa extemporânea de luta pelo poder com implicações directas no futuro do país? O PSD é fundamental para esta democracia e para os portugueses. É um partido com um bom historial no desenvolvimento do país e no reforço das instituições do Estado. Um partido reformista que abriu e preparou o futuro a todos nós. Ponto dois - O PSD nunca foi um partido normal. Já no tempo de Sá Carneiro houve clivagens que provocaram danos no partido, com a formação de derivas social-democratas – ASDI – que se extinguiram ao longo do tempo. Não sei se estes “confrontos irracionais” que têm acontecido amiúde são motivados por interesses de ordem particular, por meros caprichos pessoais ou por imperativos que se prendem com os reais interesses do país. Não sei! Sei que estas lutas intestinas têm que que ser atenuadas ou desaparecerem mesmo no quadro directivo do partido. Convém relembrar o caso de Santana Lopes. Não pode haver outros casos “Aliança”. Ponto três - Rui Rio, um líder diferente para a “normalidade” da democracia lusa. Um homem vertical, capaz, confiável e que irradia confiança. Não é trauliteiro, nem dado a jogos fúteis de poder. Sabe o que quer e tem uma postura séria e comprometida com o país. Não procura protagonismo barato e não vai de qualquer maneira para a luta política. Procura amadurecer as ideias e os argumentos e só depois age. E age com inteligência e sensatez. Luis Montenegro, um líder parlamentar de primeira categoria. Um companheiro leal nas horas difíceis. Esteve sempre presente a dar a cara e o corpo às balas naqueles momentos de resgatar o país e de desmascarar a amnésia cínica do PS. A bancarrota foi uma luta difícil, mas o país saiu vencedor. Um político talentoso e com um discurso profunda e versátil. Um parlamentar de classe superior. Demonstrou qualidade política e carácter na sua afirmação humana. Pinto Luz, um político-autarca de Cascais. Mais confinado à linha. Pouco conhecido a nível nacional. Não o conheço o suficiente para tecer qualquer comentário à sua valia cultural, técnica e política. Uma candidatura, talvez, para fazer número e adornar o acto. Ponto quatro - O PSD tem que escolher bem no dia 11. Escolher bem implica, não só a eleição do líder, mas também daqueles que se lhe seguem. É preciso eleger aquele líder que dará melhores garantias de tomar o poder e governar como deve ser. Governar a sério, com muita responsabilidade e inteligência. Sem brincadeiras, sem fingimentos, sem amarras e sem ideologias castradoras e redutoras da liberdade, da livre opinião, de pensamento e de expressão. Governar com realismo e sem demagogias cristalizadas na pobreza que faz de conta que “diminuiu, mas não diminui”, das contas certas e dos direitos. Só dos direitos! Nada de obrigações. Nada de deveres. Nada de responsabilidades. É preciso governar para uma Escola eficiente, exigente e ao serviço do país; por um Serviço de Saúde competente e que responda em tempo útil às necessidades das pessoas. Governar para um crescimento económico capaz de segurar os jovens quadros que se formam nas universidades, nos politécnicos e nas escolas profissionais e não deixá-los partir por meia dúzia de patacos. Governar com coragem, apoiando os empresários em tudo, e de forma responsável, para que esses empresários criem emprego, riqueza e estabilidade social e económica. É preciso retirar o poder à esta Geringonça camuflada para evitar o retorno ao passado recente. O PSD tem a obrigação de repor a normalidade democrática para bem de todos. É preciso, portanto, coragem para enfrentar as mordomias, o nepotismo, a corrupção do Estado. É preciso.
Autor: Armindo Oliveira
DM

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5 janeiro 2020