“O Natal começou no espírito de Deus. Só estará completo, quando alcançar, definitivamente, o coração do homem”. - autor desconhecido
Ponto um - Amor, alegria, paz - É preciso fazer renascer a áurea maviosa da mensagem natalícia nos corações e nas mentes das pessoas, para que possam sentir esta quadra de renovação de forma intensa e ter a noção exacta da pequenez e da fraqueza da nossa existência. Sim, somos, efectivamente, pequenos e frágeis perante a dimensão criadora e redentora de Deus que nos moldou um pouco à Sua imagem. Esquecemo-nos a todo instante desta faculdade. Desta mensagem. Deste dom vindo do etéreo. Dom sublime que nos torna mensageiros predilectos do hino celestial: “Glória a Deus e paz na Terra aos homens de boa-vontade”.
Nestes tempos controversos e de causas fragmentárias, preferimos entrar, no quotidiano, por outros caminhos. Caminhos tortuosos que nos conduzem, inevitavelmente, a uma vida sem sentido e sem alma. Uma vida vazia. De nada. Vagueamos um pouco tontos, à deriva, ao ver ao nosso lado incursões destruidoras que atentam contra a raíz de uma cultura fundamentada na família. É preciso, pois, reavivar a mensagem de amor, de alegria e de paz, sem dúvida, para enfrentar as vicissitudes da realidade que nos envolve e para nos tornarmos mais humanos e mais terrenos. Mais autênticos e mais sensíveis. Mais calmos e mais reflexivos. Sempre numa perspectiva de partilha de afectos e de sentimentos.
Ponto dois - Sempre a generosidade - A mensagem de generosidade natalícia é um convite poderoso, demolidor e autêntico, que nos arrebata os sentimentos e nos desarma da arrogância, da presunção e da obstinação pelas coisas materiais, não fosse o homem um ser eminentemente espiritual. Sim, o homem, no seu todo, é um ser divino. Um ser abençoado pela sua inteligência e sensibilidade. Pela sua capacidade criativa e comunicativa. E pela capacidade sentir, de saber olhar o mundo na direcção celestial nos momentos de maior fragilidade. É esse desafio de abertura, de renovação que o Natal nos coloca a todo o momento.
Neste frenesim enraivecido, esquecemo-nos levemente da função vital da Criação Divina num quotidiano sempre marcado por uma luta desenfreada pelo ter, pela exibição gratuita e pela insensata auto-satisfação.
Ponto três - Família, amigos, simplicidade - Natal, sim a família reunida em ambientes de ternura ele partilha. Muita proximidade e muito calor humano. É isto que é a família. Um refúgio de emoções, de bem-estar, de tranquilidade. Família, esta célula social, única, está em risco. Infelizmente. Hoje mais vulnerável que antes por maus-tratos, por loucuras desencadeadas com ferocidade por linhas ideológicas desajeitadas que lhe dilaceram a alma e o sossego.
Sagrada Família de Nazaré, referência viva que aparece bem diante dos nossos olhos e da nossa mente como sinal de paz, de abnegação e de amor. De conforto, de futuro. Perante a incompreensão humana e da intolerância de um tempo austero e insensível aos dramas sociais, o Menino, nascido num casebre de abrigar pastores, veio nos dizer que o mundo tem uma outra dimensão, uma dimensão divina, que ultrapassa o simples partilhar de experiências materiais. Amigos, sempre presentes nesta quadra que irradia calor, muito calor humano e muitas cumplicidades. É na simplicidade do aconchego familiar e embrulhados no conforto da amizade que surge sem mácula aquela estrelinha que orientou os Reis do Oriente e que continua a iluminar a alma das pessoas de boa-vontade. Natal sempre Natal. Infantil, ingénuo, vivido com alma e com paz. Em família.
Ponto quatro - A todos os leitores do Diário do Minho, desejo um Natal Feliz, com paz, muita saúde e celebrado num ambiente de muita ternura.
Autor: Armindo Oliveira
Ponto por ponto
DM
22 dezembro 2019