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Ponto por ponto

Só para estarmos de sobre-aviso com estes políticos. Voltar atrás, não! Haja memória e consciência. Responsabilidade e visão. Seriedade e dedicação à causa pública. Os tempos não são para brincadeiras nem para experiências políticas inauditas. No final, não há borlas!

Sou um lesado directo da governação socialista de José Sócrates. Governação de má memória, como muita gente a sentiu na pele e no osso. Com desemprego, muito desemprego e com falências familiares. Com deslocalizações empresariais e com todas outras malfeitorias que daí advieram. Esse primeiro-ministro teve excelentes oportunidades para conduzir o país para patamares de grande e frutuoso desenvolvimento económico e social. Enredou-se, contudo, com políticas de distribuição gratuita, com doses maciças de corrupção e de nepotismo, com investimentos públicos desastrosos que levaram irresponsavelmente o país para a bancarrota. Prudência, inteligência, sentido de Estado não houve e era isso que deveria ter havido.

Ponto um – Portugal tem destruído oportunidades em cima de oportunidades para se desenvolver sustentadamente. Não conseguiu por culpa própria. Não aprendeu nada com os erros cometidos no passado e com as precipitações tomadas em momentos de desespero. Houve muito desnorte e incompetência. Muita leviandade e nenhum realismo. E quem pagou e está a pagar a factura pesada de milhares de milhões de euros são sempre os mesmos: os contribuintes. As gerações vindouras estão condenadas também. E este fado pode muito bem voltar a ser cantado. A dívida continua a avolumar-se, a produtividade não é compatível com a despesa pública, a demografia é assustadoramente baixa. Sinais estes a ter em conta.

Ponto dois – Como era esperado, os fogos voltaram a incinerar os hectares de floresta e de mato deste triste país. A martirizada Zona Centro tem sido sacudida pelas insanas labaredas que tudo consomem. As pessoas continuam a ser atormentadas na sua integridade existencial e na perda dos seus bens. Essa gente, do Portugal profundo, já merece um pouco de sossego.

Desta vez, não houve campanhas de angariação de fundos e de solidariedade para ajudar as populações atingidas pela calamidade dos fogos. As cenas tristes que se passaram em Pedrógão ainda estão bem vivas e presentes na memória de todos. Até com doações de ordem particular há sempre pessoal disponível a aproveitar-se da situação. Nada é novo em Portugal. Tudo se repete, ponto por ponto e pela negativa, até à resignação e ao alheamento total.

Ponto três – Depois de uma feroz campanha desencadeada pelo governo para se limparem as matas e de tudo quanto era sítio arborizado, da compra pomposa do SIRESP e das multas pesadas aplicadas aos donos dos terrenos que não procederam a essa limpeza, o dr. Costa ufanou-se do feito, dando a entender que este ano a tragédia dos fogos não iria ocorrer, pois as medidas tomadas iriam surtir efeito. Os especialistas na matéria avisaram com tempo e acertadamente que a metodologia seguida estava errada e a curto prazo os resultados apareceriam. O governo arrogantemente e ensimesmado desvalorizou, como de costume, as críticas que surgiram dos mais variados quadrantes. O resultado desta cegueira política está bem patente nos concelhos de Vila de Rei e Mação, com casas destruídas, hortas e campos agrícolas queimados e muito milhares de hectares de floresta carbonizados.

Ponto quatro – Como era de esperar também, e como é seu timbre, o dr. Costa rapidamente descartou as culpas dos incêndios e trespassou-as para os autarcas da região. Foram umas afirmações infelizes e muito feias. Uma canalhice. Os autarcas envolvidos, obviamente, responderam-lhe à letra, mas a resposta foi o silêncio como é habitual.

Da outra vez, em Pedrógão, com um rasto de dezenas e dezenas de mortos e de muita terra queimada, Costa fugiu para férias. Agora, empurra o problema para os outros. Este político é incapaz de assumir os insucessos e de reconhecer os erros. Arranja sempre um bode expiatório.

É isto que nos vai governar mais quatro anos? Fraca memória no “rebanho”.

Ponto cinco – Avança a todo o vapor a perda de mais uma oportunidade soberana para tornar Portugal um país viável e uma referência europeia no que concerne à qualidade de vida e ao desenvolvimento. Quatro anos da governação de Costa foram parcialmente entretidos com expressões demagógicas e mentirosas como o “fim da austeridade”, “palavra dada, palavra honrada”, “reposições e “reversões”, quando, realmente, era preciso encarar o país a sério.

Destaque

Portugal tem destruído oportunidades em cima de oportunidades para se desenvolver sustentadamente. Não conseguiu por culpa própria.


Autor: Armindo Oliveira
DM

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4 agosto 2019