“O Brasil é governado por um bando de malucos”. - Lula da Silva, ex-presidente do Brasil, hoje encarcerado por crimes de corrupção e ladroagem.
Ponto um - “Um governo formado por um bando de malucos”! Sim, senhor Lula. Uma afirmação fundamentada, categórica e emblemática de alguém que atesta na perfeição, e em primeira linha, a sua sanidade mental e a sua seriedade. Lula deveria caracterizar de outra forma e com outros abonos o governo de Bolsonaro. Abonos mais ou menos redutores, talvez, até pouco recomendáveis e dignos para um ex-presidente da república. O governo de Bolsonaro, sem comentários ideológicos, é um governo legítimo e que ascendeu ao poder do seu país, através do voto em urna. É isso que Lula tem que entender e respeitar. Mesmo os “democratas” cá da terra não conseguem entender as virtudes da pluralidade e da liberdade. Os tais que só se conformam, quando os deles ganham. Mas, a democracia tem este deslize: o povo a escolher.
Ponto dois - Noutra vertente, Lula e alguns dos seus correligionários do “Lava Jato” e do “Mensalão” deveriam assumir as suas duvidosas condutas cívica e política. Deveriam penitenciar-se perante o povo que lhe confiou o poder e confessar publicamente os seus crimes de lesa pátria. Era isso, exactamente, que deveriam fazer e não andarem armar-se em vítimas de uma “tramóia mal amanhada” ou em mártires de causas perdidas e demagógicas que levaram o Brasil para uma situação de extrema penúria. Em Portugal também existem dessas peças!
Ponto três - A esquerda, na sua globalidade, é assim mesmo que pensa. Nós somos os bons e outros são os maus. Nós somos os defensores dos direitos das pessoas, os outros são os que os retiram. É nesta linha maniqueísta que a esquerda se torna ridícula na sua pretensiosa imagem de servidor do povo oprimido e desfavorecido. Daí, a esquerda não conseguir deixar de ser arrogante na linguagem e desaforada nos comportamentos; incapaz na resolução dos problemas e desmemoriada nas medidas erráticas que toma, quando está no poder. Culpas e erros não existem no seu cadastro político. Vergonha, também não. Incompetências não figuram no seu vocabulário. Quando detém o poder, não dá hipóteses a ninguém, mesmo que o tenha usurpado à custa de manobras pseudo-democráticas ou de arranjos de uma engenharia pós-eleitoral pouco respeitosa para o cidadão eleitor. Os socialistas depois de tanta tratantada que cometeram ao longo das suas governações, ainda se julgam o último reduto da ética republicana e da moral política. Não é capaz de reflectir no caminho encetado e verificar os escolhos que deixaram a assinalar esse mesmo caminho. Nem os escandalosos casos fax de Macau, Sócrates, Vara, Casa Pia e agora o “familygate”, ainda em exibição no palco da política nacional os incomoda. Ultrapassam todos os casos que vão surgindo com desvalorizações estapafúrdicas, com “concentrações no que é importante” e com suficiente desfaçatez que causa engulho a quem acompanha politicamente o desenrolar dos acontecimentos.
Ponto quatro - Temos, entre nós, altos figurões da política nacional a serem investigados e alguns já foram condenados por crimes de corrupção, de nepotismo, de recebimento indevida de vantagens, de tráfico de influências e de outras designações jurídicas pomposas que deixam o cidadão perplexo de tanta aldrabice. Uma vergonha para um país europeu e para um povo culturalmente manso, que tem sabido aguentar estes desaforos com muitos sacrifícios, com perdas na qualidade de vida e com algum encolher de ombros. O dinheiro “desviado” da economia real foi para os bolsos de uns tantos figurões que se pavoneiam em gozo publico e para sanear as contas dos bancos que agiram de forma incompetente e irresponsável.
Ponto cinco - Anda Ferro Rodrigues, actual presidente da Assembleia da República incomodadíssimo com a política dos “casos”. Os tais “casos” que vão aparecendo, com habilidade, no quotidiano político e dos quais a oposição não tem feito uso político deles como deveria ser. Se sinaliza um “caso” como uma afronta às regras democráticas ou como um mero acto de irresponsabilidade é logo achincalhada de fazer “aproveitamento político”. A oposição tem que se calar e consentir nesta bagunceada do “fazer aproveitamento político” e pelos erros clamorosos cometidos pelo governo.
Não será que a oposição tem a obrigação de se opor e de dizer não? Ou terá que ter um comportamento do “yes sir”? A oposição não é, nem pode ser um enfeite democrático.
Autor: Armindo Oliveira