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Ponto por ponto

Ademocracia é apenas a substituição de alguns corruptos por muitos incompetentes” George Bernard Shaw – dramaturgo, romancista, jornalista irlandês (1856-1950) Ponto um – A chamada esquerda radical tem apostado tudo na sobrevivência da geringonça, como a última cartada política na concretização de uma ideia totalitária para a construção de uma sociedade baseada em pressupostos igualitários. O combate odioso e deprimente aos ricos, o desprezo pela iniciativa privada e ao empreendedorismo, a introdução forçada de modelos sociais estereotipados e acéfalos de passividade (o politicamente correcto) é o modus operandi desta facção ideologicamente demagoga, irresponsável e perigosa para uma verdadeira democracia tolerante e pluralista. O fim da linha desta corrente de pensamento é a institucionalização de uma frente política de partido único, de ideia única e o desmantelamento descarado da capacidade produtiva de entidades privadas para impor a subserviência de um povo que se vergaria, de cabeça baixa, e obviamente, a um Estado paternalista, pseudo-generoso e autoritário. Ponto dois – Continua a ser impensável e pouco crível acompanhar o caminho percorrido pelos extremistas da esquerda no espaço geringoncista. Ninguém pensaria que, alguma vez, essa gente fosse capaz de engolir tantos sapos para lamber as guloseimas esturricadas do poder. Foi uma reviravolta táctica e confrangedora dos grupos raivosos anti-sistema e anti-liberdade. A incoerência, o ódio ao pensamento diferente e o descaramento são as particularidades óbvias de quem nomeara o PS, a bóia de hoje, como seu inimigo figadal político desde o dia 26/04/1974. Ponto três – Acho imensa piada, agora, aos extremistas. Aprovam todas as ordens de Bruxelas, via governo, e depois barafustam contra tudo e contra todos para tentar iludir o seu diminuto eleitorado tradicional. Estão de acordo com todas as medidas vindas do Eurogrupo e depois manifestam as maiores discordâncias pela execução dessas mesmas medidas. Nestes contorcionismos engolem com avidez o Tratado Orçamental; engolem o euro enjoados; engolem a NATO com gorjeios ruidosos; engolem com incómodo as leis laborais em vigor de Passos Coelho; engolem as cativações em silêncio; engolem os cortes vergonhosos no investimento público; engolem, enfim, todas as imposições vindas da União Europeia com resignação. Ponto quatro - Engolem. Fartam-se de engolir todos enraivecidos, mas avançam, como retaliação e incomodados, adornados com a sua postura pimba, com propostas perfeitamente ridículas e demagógicas. Contas feitas, lá estiveram eles, nos bancos do Parlamento, de mão erguida a votar o Orçamento. E com palmas. Aceitaram o embuste da baixa do IVA na electricidade. Sim, um perfeito embuste. Aceitaram a mentira do corte de 14,5% no factor de sustentabilidade nas pensões de reforma antecipadas; calaram-se perante o escândalo do desaparecimento e do “reaparecimento” das armas de Tancos; consentiram a não contagem integral do tempo de serviço congelado de 9 anos, 4 meses e 2 dias aos professores; pactuaram e pactuam com a deprimente situação na Saúde e com a degradação acentuada da qualidade dos serviços públicos. Vivem na euforia, sabendo que são irrelevantes no contexto nacional e internacional. Ponto cinco – A paz social era o ás de trunfo do Governo do dr. Costa. Sim, paz social. Houve, de facto, paz social, durante o tempo das reversões, das reposições e das eliminações. E porquê? Obviamente, havia dinheiro nos cofres do Estado para dar à sua clientela. Quem foi o responsável pelos cofres cheios, pelo crescimento económico e pela descida acentuada do desemprego? Sim, pergunto, quem foi?! Em contraponto, quando Passos Coelho chegou ao poder, a primeira medida que tomou foi continuar os cortes vindos do Governo de Sócrates. E porquê? Resposta fácil e óbvia. Os socialistas depenaram os cofres do Estado. Não havia cheta. Ponto seis – As greves são mais do que muitas. Os funcionários públicos de todos os sectores do Estado têm-se manifestado como há muito tempo não se via, nem se sentia. O descontentamento é generalizado. Só falta o ruído, as manifes e a arruaça dos comunistas da CGTP para dar um toque mais frenético e mais volumoso a esta onda imparável de greves. Como ponto final, não tenho dúvidas: a democracia é a substituição de políticos realistas e capazes por políticos de embuste, de mentiras e de ilusões em que as migalhas e a demagogia são iscas para apanhar os incautos. E quando assim é, o país não se desenvolve, não avança e não se afirma no contexto europeu. É isso que temos de momento. Um governo de fracos, de habilidosos e a fingir. Sim, a fingir que distribui, que reforma, que governa.
Autor: armindo oliveira
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18 novembro 2018