twitter

Ponto por ponto

OGoverno do dr. Costa é uma fraude e uma treta. Uma fraude na génese, no andamento e na concretização de objectivos. Uma dulcíssima treta, adornada com ilusões e com mentirinhas democráticas que vai saciando “gente faminta” que se enrola em volta do magro repasto do “não temos dinheiro”. Repasto que chega para levar essa gente de ginjeira. E o dr. Costa sabe disso. António José Seguro sabia disso e sabia ainda que o dr. Costa era um bluff. Todos sabemos como os políticos do PS cozinham e temperam os ingredientes politicamente modificados (IPM). É disto que se trata. Os IPM (estado social, serviços públicos, fim da austeridade, palavra dada, palavra honrada) anestesiam e debilitam as mentes franzinas dos comensais. E com um toque de piri-piri (demagogias) a mixórdia adquire um sabor mais agridoce. Mas, continua a ser uma mixórdia. E o pessoal gosta disto e come que se farta. Ponto um – Apercebemo-nos que o país não sai da cepa torta. É verdade! Entramos, todavia, na órbita dos cuidados paliativos, cujo receituário o FMI, OCDE, UE e figuras de topo da cena económica internacional já nos prescreveram. É tudo uma questão de tempo, pois a degradação nos serviços públicos, a concessão irracional de crédito ao consumo, o abismal endividamento das famílias e das empresas, associados ao peso da dívida pública vão se sentindo ameaçadoramente. Até que um dia, tudo resvala. E depois, os “tais” voltarão com as tretas do neo-liberal, da austeridade, do empobrecimento, da insensibilidade social, dos ataques aos serviços públicos, da destruição do estado social e mais blá, blá e blá. Como de costume. Como aconteceu em 2011. Lembram-se! Ponto dois – O Governo do dr. Costa é uma treta mal engenhada. Treta que se propaga como nuvem radiactiva numa clareira desértica de ideias e de propostas arrojadas. Funciona no momento, soprada por bufos descontínuos e anémicos. Mas chegam para envenenar o ambiente ameno e esperançoso que a democracia tem a obrigação de gerar e de construir, para que os cidadãos possam aspirar, um dia, a ter um futuro melhor e mais promissor. Ponto três – Quando se nasce torto, tarde ou mal se endireita. Este Governo nasceu torto e aos repelões, numa altura em que o país entrava na normalidade, a aceder aos mercados financeiros, o crescimento económico a atingir um soberbo 1,8%, o défice em acentuada descida e o desemprego a cair para patamares muito aceitáveis. Foi neste cenário de melhoria efectiva e clara das condições de vida do país que o derrotado dr. Costa surripiou o poder a quem o ganhou nas urnas por mérito próprio e lhe introduziu um cardápio de reposições e de reversões que vai ser pago com juros bem altos num futuro bem próximo. Parece-me inevitável. Ponto quatro – A CP, um dos intrincados problemas do país. O Governo do dr. Costa já injectou nesta empresa um montante a rondar os três mil milhões de euros para pagar dívidas e aumentos salariais exigidos pela CGTP. Mesmo assim, as finanças da empresa estão na rua da amargura. O serviço prestado pela CP tem sido objecto das mais acirradas críticas e de queixas dos utentes que ultrapassam, de longe, o limite do razoável. O estado degradante da empresa chegou ao ponto de ter que alugar 22 comboios a Espanha, comboios a necessitar de reparações avultadas. Este aluguer é próprio de um país do terceiro mundo e representa uma humilhação e uma vergonha para uma empresa pública com largas décadas de actividade no mercado da ferrovia. Como foi possível isto acontecer?! O cúmulo deste caso assenta na narrativa da compra de 24 comboios novos que só entrarão ao serviço entre 2023 e 2026. Isto parece uma anedota. Ponto cinco – Agora, o mundo real da Saúde em Portugal. A Saúde está doente e com prognóstico reservado. E com tendência claras para se agravar. O ministro desta pasta se tivesse algum rasgo de seriedade política já teria feito o mesmo que fez Nicolas Hulot, ministro de Macron, que se demitiu, por não querer mentir mais a si próprio, nem querer dar a ilusão de que a sua presença no Governo estivesse à altura do desafio. O ministro português não está à altura do desafio na Saúde, claramente. O ministro anda fugido, está debilitado e farto de compor um texto cheio de mentirinhas. Tem prometido alterações no sistema do SNS e de avançar com investimentos que não se concretizam. No final, refugia-se na máxima estupidificada do “todos somos Centeno” para justificar as cativações (cortes) e as suas próprias incapacidades. As demissões dos directores de serviços em vários hospitais falam por si. Com a saúde das pessoas não se brinca às políticas do faz-de-conta. A saúde é assunto sério.
Autor: Armindo Oliveira
DM

DM

23 setembro 2018