“Os nossos maiores problemas não estão nos obstáculos do caminho, mas na escolha da direcção errada”. Augusto Cury - psiquiatra, professor e escritor brasileiro ( 1958 - ainda vivo)
Ponto um - Portugal é um país afogado em problemas. Problemas variados e muito complicados. E sem homens de categoria superior nos comandos do país, os caminhos tornam-se mais difíceis de trilhar. E ainda mais complicado será remover esses escolhos. Em tudo, é necessário inteligência e sensatez para se escolher a tal boa direcção em buscar do caminho certo do futuro.
Ponto dois - O Covid é um pesadelo para a vida das pessoas. E o pior é que voltou em peso e implacável. Outra variante. Já entramos na quinta vaga e dá ideia que a pandemia tem pés para continuar firme e por muitos e maus anos. Os contágios aumentam a olhos vistos. As camas dos hospitais começam a serem ocupadas de forma imparável e os óbitos também entram nas contas com números que afligem qualquer um. Em contraponto, os profissionais da Saúde estão exaustos, depois de tanto esforço despendido e de tanta entrega. É um trabalho que tem sido pouco reconhecido por quem deveria, de facto, estar imensamente grato. E reconhecido, claro.
Os responsáveis pela governação, um pouco desnorteados e desvairados, não conseguem “segurar o barco” e tomar medidas acertadas para sossegar esta gente muito desassossegada. O sector da Saúde, também à deriva por falta de meios e de recursos humanos, as sucessivas demissões são uma evidência, tenta preparar as medidas correctas para conter, pelo menos, a velocidade de propagação do surto. O medo instala-se. A perplexidade também. Ninguém percebe como o vírus continua a avançar com a taxa de vacinação bem elevada a atingir os 90%.
Ponto três - Outro problema nacional - A TAP voa, há longos anos, nas primeiras rotas dos noticiários, não pelos melhores motivos, mas por estar embrenhada num espartilho de dificuldades económicas e laborais, de eficiência e de bom serviço que a tornam praticamente inviável. Esta empresa de “bandeira” especializou-se em receber muitos milhões de euros para dizer que existe e para que alguns tenham a veleidade de dizer que presta um excelente serviço público, quando a realidade não é bem essa.
Por falta de coragem política e por meros interesses ideológicos, permite-se que esta empresa continue na berlinda política e a mordiscar gulosamente o Orçamento de Estado sem que o próprio Estado lhe peça ou exija contrapartidas rigorosas na resolução dos seus problemas. A impotência para inverter esta sina desgraçada é praticamente total. Nem as administrações estrangeiras, rotuladas de inegável competência, resolveram tamanho imbróglio. Agora, experimenta-se outro tipo de gestão, em que uma francesa, Christine Ourmières-Widener, gestora de topo, assume por inteiro a responsabilidade de passar da tradicional insolvência para a desejada concorrência e com ganhos económicos.
De prejuízo em prejuízo, a TAP está há uma década em falência técnica e continua a queimar em lume brando larguíssimos milhões de euros do erário público. Esteve a um passo de ser privatizada, mas um “governo falhado” reverteu esta medida por motivos geringoncistas. No final, a TAP, revertida com indemnização avultada a um dos accionistas, produziu mais dívida e mais problemas económicos que se transformarão em fragilidades sociais de forma inevitável.
Ponto quatro - Ainda outro problema - A CP a receber muitos milhões de euros para entrar nos eixos do crescimento económico e no radar da satisfação social por bons e relevantes serviços. Com uma dívida arrastada de 2,1 mil milhões de euros, torna-se complicado resolver este intrincado problema empresarial e financeiro. Mais vale tapar o Sol com a peneira e deixar andar a coisa. A falta de meios, como a escassez de dinheiro para “comprar rodas”, fez com que “o melhor presidente de sempre”, Nuno Freitas, batesse com a porta e se pusesse ao fresco.
Para atenuar tamanho descalabro das contas, o governo de Costa tinha disponibilizado, no Orçamento de Estado de 2022, 1,8 mil milhões de euros para sanear a empresa e dar-lhe outro rumo. Isso não aconteceu com o chumbo deste documento por parte dos extremistas. Assim, a empresa continuará a somar dívida a mais dívida e a acumular problemas a mais problemas.
A apresentação do Plano da Ferrovia Nacional em 2016, como a salvação do país, plano tão badalado por Pedro Nuno Santos (PNS), foi inicialmente adiado para 2020 e agora levou mais um empurrão para 2023. Por este caminho, a sua concretização será no “dia de São Nunca à tarde” como diz o povo ou no dia em que PNS será primeiro-ministro. Isto, em linhas simples, quer dizer nunca! Ou perto disso.
Autor: Armindo Oliveira