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Ponto por ponto

E agora? Que fará Rui Rio perante a onda de mudança que se agiganta? Será que vai continuar a servir de muleta ao dr. Costa que anda perdido nesta governação serôdia? Será que vai continuar a debitar aquele discurso enfadonho de que o PSD não é um partido de “Direita” e mais blá, blá, blá? Ou será que fará oposição como deve ser, séria, inteligente e rigorosa, visando separar as águas putrefactas esquerdista da do desenvolvimento social efectivo?

Ponto um - Os sorrisos da “vitória autárquica” de Rio, por si só, não chegam para nada. Nem dão conforto suficiente para quem aspira a ser governo. De um modo geral, as pessoas reconhecem-lhe capacidades para mudar o rumo da economia e a vida do país. Também não é preciso fazer grandes coisas para ter mais e melhor desempenho do que aquele que está na cadeira do poder.

Os resultados de Lisboa, Coimbra, Funchal, Portalegre entre outras autarquias dão somente algum ânimo para se continuar a derrubar os muros da intolerância imposta por uma linha política anacrónica e sectária e dão também ligeiros sinais de uma hipotética alteração ao sistema político-social que está em degradação contínua e inexorável.

É tempo de Rui Rio olhar mais para diante e de não ter medo de assumir. De trabalhar com afinco, de unir o partido, se for capaz, e de criar outras expectativas ao país. O país precisa de outra coisa. Precisa de seguir em frente. Com segurança. Com realismo. Com coragem.

Ponto dois - É preciso que os putativos concorrentes à liderança do partido entendam que o momento não é adequado para divisões ou para afrontamentos. O tempo é de reunir vontades para repor a esperança. O tempo é de estabelecer uma matriz de desenvolvimento equilibrada na economia, sem foguetórios e sem solavancos, porque o país tem, efectivamente, potencialidades de proporcionar aos seus cidadãos um futuro bem mais tranquilo. O tempo é de embainhar as espadas das ambições do poder e guardar as facas da agressividade gratuita. O PSD tem que deixar de ser um saco de gatos enraivecido e ser um partido a sério e sério. O PSD tem que ter consciência que a experiência de governação, perfeitamente anómala e incongruente, iniciada em 2015 trará, em tempo útil, sequelas difíceis de serem reparadas. Para isso, tem que estar pronto e decidido a dar a volta à estagnação económica, à tortura das propagandas e ao abandalhamento das funções ministeriais.

Ponto três - Os socialistas, arvorados em donos disto tudo, usurpadores do regime e em minoria, entraram em modo de confusão. Estão bem desnorteados, aziados e incapazes de engolirem bem a repasto eleitoral. Atónitos ainda, sacudindo a cabeça, tentam disfarçar a perda irreparável do bastião de Lisboa. Depois de uma arrogância inaudita, de um desdém confrangedor pelo PSD e de promessas a saldo vociferadas à sombra do PRR, torna-se difícil de lidar com tamanha desfaçatez e miopia. Carlos Moedas deu a resposta certa e competente ao dr. Costa e uma boa coça ao empáfio Medina. Foi bem feito. Mereceram. O país agradece.

Ponto quatro - Rui Rio canta “vitória”. Se ficar só neste “estado de alma”, pouco adiantará. Urge tomar uma posição inequívoca perante a confusão reinante. Ministros muito fracos, (Justiça, Defesa, Administração Interna, Ambiente, Agricultura, Educação), protegidos como relíquias sagradas pelo “big boss”, provocam espanto pelo desempenho que têm. Não percebo como ainda estão em funções. Diz aquele povo resignado: “é o que temos!”.

Para encerrar, uma nota: dar parabéns a Ricardo Rio pela terceira vitória eleitoral consecutiva e com maioria absoluta. Só posso desejar-lhe sucesso na sua gestão, porque o sucesso dele será o sucesso do município. À oposição, endosso uma palavra de coragem. Façam boa oposição. Frontal e assertiva. Sem medo e sem remoques. O bom poder depende muito da qualidade e da intervenção do trabalho dessa oposição. Uns e outros bom trabalho e sejam diligentes.


Autor: Armindo Oliveira
DM

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10 outubro 2021