“Os políticos são a classe mais corrupta de Portugal” - Paulo Morais, professor universitário, numa entrevista ao jornal CM
“Se não fosse a política, Portugal seria uma espécie de paraíso” - João Braga, fadista, numa entrevista à revista Luz do jornal Sol
Ponto um - A corrupção tem provocado elevados custos, facto incontornável na política nacional. Infelizmente. O relatório dos Verdes/Aliança Livre Europeia aponta para cerca de 19 mil milhões de euros/ano, o desfalque económico estimado, a que corresponde a 7,9% do PIB nacional. Montante exorbitante e incompreensível para uma pequena e frágil economia como a portuguesa. Se houvesse mesmo vontade de extirpar este gravíssimo problema social e financeiro, certamente o dinheiro fluiria com outra transparência nos circuitos económicos, contribuindo para uma escalada de bem-estar colectivo e para um funcionamento das instituições com dinâmicas mais limpas e mais eficientes. Estes dados reflectem bem a situação política pantanosa que ainda existe na democracia lusa, depois de 47 anos da sua implantação.
Ponto dois - As afirmações de Paulo Morais e de João Braga, certamente exageradas, são, contudo, simbólicas e transversais nesta democracia e já estão bem solidificadas no subconsciente das pessoas. E o mais curioso deste anátema (?), é que, os políticos sabem bem que assim é. Conhecem de cor o problema por dentro. Conhecem os podres e as artimanhas.
De vez em quando, avançam com propostas aparentemente inovadoras e pretensiosamente eficazes, dando a entender ao povão que “agora é que vai ser” para, no final, os resultados não apresentarem uma melhoria acentuada. Anda o país nisto há décadas. Depois de muitos anúncios, os políticos passam para a segunda fase: legislar. Este trabalho discutido e assanhado, de legislatura em legislatura, pretende limpar “as ovelhas negras” da democracia. Contudo, apesar dos avanços ténues e de recuos notórios, alguns resultados começam a chamuscar os políticos: Vara e Sócrates; os juizes Rui Rangel e Fátima Galante; os banqueiros João Rendeiro e agora Santos Ferreira indiciado; o empresário Joe Berardo e LFVieira, entre tantos outros.
Ponto três - Os políticos sabem que o “nosso povo”, bem esclarecido e suficientemente exigente, censura-os, manda-os às malvas e a maioria já nem lhes passa chapa nos actos eleitorais. E este “imbróglio democrático” arrasta-se há muito tempo. Tempo suficiente para que esta classe profissional começasse a pensar em mudar de vida e alterar drasticamente os seus comportamentos e as suas atitudes. Há que respeitar a confiança da sua representação eleitoral. Este problema não se situa, claramente, no campo das percepções como alguns querem nos fazer crer. Já ultrapassou esse patamar há muito tempo. O problema é real. Já se vai vendo juizes, empresários, políticos de altas esferas no xilindró ou a caminho. E que sirva de exemplo.
Ponto quatro - Cada vez percebo mais nitidamente como este país vai ficando para trás no que concerne ao desenvolvimento social, económico e financeiro no quadro europeu. Temos sido ultrapassados por países que ainda há bem pouco tempo estavam amortalhados pela linha atroz bolchevique e se debatiam pela liberdade. Aspiravam à livre iniciativa. Ao mercado livre e à dignidade individual. Foi um processo de libertação longo e penoso. Mas, conseguiram!
O desempenho dos governos nacionais, com destaque pela negativa para os socialistas, não criaram as condições essenciais para os portugueses viverem de forma decente e sem preocupações no quotidiano. Os governos socialistas têm provocado o retrocesso do país e os exemplos do pântano de Guterres e a bancarrota de Sócrates são claros e a prova disso.
Nunca as palavras de Margaret Tatcher foram tão actuais e tão certas: “O socialismo dura até acabar o dinheiro dos outros”. Nem mais! Isto é histórico e comprovadamente verdade para infortúnio do país.
Autor: Armindo Oliveira
Ponto por ponto

DM
25 julho 2021