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Ponto por ponto

O país não está bem. Há muito folclore e ainda muita ilusão para esconder a realidade. Não queremos ver, à frente dos olhos, a realidade da austeridade (cativações e cortes no investimento público) em serviços essenciais com necessidades prementes, como na Saúde. Para quem tinha como prioridade absoluta o “virar a página da austeridade” tem feito muito pouco para consolidar as contas públicas, apesar do colossal aumento da carga fiscal e do desmesurado endividamento. O virar “a página da austeridade” era o élan de um partido que nos tinha levado à humilhação em 2011. E, em reforço deste ponto de vista, continua a ser incompreensível que os mesmos que provocaram o Resgate Financeiro tenham tomado funções governativas de novo. É surrealista, mas é verdade. Talvez seja fruto de um tempo de desnorte e de um tempo marcado por uma ideologia esguia e só dos interesses partidários. Ponto um – Mediante o cenário levemente exposto, será que se virou mesmo a página da austeridade?! Que ridículo! Que displicência! Que desfaçatez, não é?! Este país recomeçou a partir de 2015 a governar-se com chavões e com arrogância, quando era preciso rigor, sensatez, arrojo e visão de Estado. Como estes atributos falham ou estão arredados daquelas cabecinhas pensadoras pouco claras, começa, agora, a despontar no horizonte das fantasias a página do “Não temos dinheiro”. Palavras previsíveis e embasbacadas do dr. Costa na Assembleia da República que podem definir bem o lugar a que este Governo nos poderá conduzir. Não é de estranhar este laxismo governativo e esta argumentação serôdia. Convém ter sempre presente na memória: já passámos pelos caminhos da bancarrota três vezes. E por incrível que pareça, foram e são os mesmos que agora nos dão música do “não temos dinheiro” que nos levaram a essa situação tremenda e paralisante. Como se pode verificar, não aprenderam nada, absolutamente nada, com os erros e com a incompetência do passado. Do lado do cidadão, isto só acontece, porque somos acrílicos e demasiado complacentes com a incapacidade. Até parece que queremos que a história se repita na sua crueza indefectível. Ponto dois – Mas, afinal onde está o dinheiro que estava nos cofres cheios do tempo de Passos Coelho? Onde está? Boa pergunta, não é?! Passemos a dados: a dívida líquida do Estado voltou a passar a barreira vergonhosa dos 250 mil milhões de euros em abril de 2018. Um desastre para o país e uma calamidade para o futuro das próximas gerações. Sim, o futuro de muitas gerações estará irremediavelmente comprometido pela incúria e pela incompetência dos que tomaram as rédeas da governação numa atitude egoísta de se pretender salvar a própria pele política e os seus interesses imediatos. Em questões de dívida e para evitar equívocos, convém saber que a dívida pública estava nos 226 mil milhões de euros, quando o dr. Costa, numa jogada malabarista, conluiado com os extremistas, desviou o poder a quem ganhou as eleições. Este Governo só acrescentou à divida a módica quantia de 24 mil milhões de euros. É obra, não é?! Um absurdo, sem dúvida! Ponto três – Depois da prosápia mentirosa “palavra dada, palavra honrada”, os servidores do Estado, já incrédulos e agora abespinhados, estão a encostar o dr. Costa às cordas. Querem a contagem do tempo de serviço perdido na época do Resgate e o descongelamento das carreiras. Ou seja, querem mais dinheiro de um Governo que reverteu todas as políticas da maldita austeridade e criou expectativas altas em todo a gente. E são tantos os funcionários, tantas as carreiras e tantos os votos que o “político hábil” está num emaranhado de insatisfação de interesses a todos, de incapacidade para resolver o assunto e de desnorte coligativo que não se vai livrar com facilidade desta trama sem pagar eleitoralmente pela sua postura cínica e manhosa. A confissão “ingénua” do “não temos dinheiro” que fez no Parlamento teria como objectivo tocar no coração amolecido e pindérico dos trotskistas e dos estalinistas, mas, parece, que caiu em saco roto, pela argumentação ripostada. Ponto quatro – O cenário do “não temos dinheiro” não é novo. Quando os socialistas estão no poder, já se sabe qual é o fim da linha. O passado recente diz-nos que houve bancarrotas soaristas, pântano guterrista e bancarrota socrática. É assim! É o destino deste povo que gosta de mimos, se embala em demagogias, se pendura nas tretas das igualdades, investe forte nos jogos da sorte e do azar e se alimenta de ilusões. Já dizia Margaret Tatcher muita assertiva: “o socialismo, dura até acabar o dinheiro dos
Autor: Armindo Oliveira
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17 junho 2018