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Ponto por ponto

Finalmente! Sim, finalmente e felizmente, parece que vamos ter uma oposição neste país. Neste país demasiado fragilizado e desnorteado. Demasiado desgovernado e falido. Demasiado enrolado em ilusões. Demasiado esquerdizado e com culpas nunca assumidas. Espera-se de Rui Rio que faça uma oposição inteligente, frontal e corajosa para recolocar o país na linha moderada, na linha da dignidade política, na linha da verdade governativa, na linha do desenvolvimento social. É preciso mesmo outra política e outra gente nos comandos.

Ponto um - Rui Rio ergueu a “crista” e disse-as bem ditas. Com um ar resoluto e firme. Determinado a não mais pactuar com um político desgastado e inadequado para um tempo de crise profunda. Rui Rio foi vexado e a ruptura aconteceu. Soube responder com assertividade a uma figura cínica que o invectivou numa entrevista. Rio respondeu aos “mimos” do dr. Costa com bons argumentos. Sem subterfúgios. Costa teve uma atitude deveras despropositada. Aparentemente despropositada. Só que neste político nada é despropositado. Para manter o poder é capaz de tudo. Até de vender a alma seja a quem for. Como a vendeu em 2015.

O primeiro-ministro articulou umas patacoadas contra o líder da oposição que sempre o “ajudou” na sua governação folclórica e incompetente. Usou a metáfora do “cata-vento” por desespero, pois o desastre social e financeiro paira no ar. A mensagem inaudita da entrevista também tinha outro destinatário: chantagear os extremistas. O PS precisa do voto “sim” ou do voto “nim” para continuar no poder e a escavar o fosso da pobreza. O país está cada vez mais pobre.

Finalmente, sente-se no ar uma alternativa política a este modelo estatizante e paralítico sob o ponto de vista económico. Já não era sem tempo. Finalmente, há uma luz ténue no fundo da desgraça nacional. Desgraça que se agiganta e se consolida. Mas, sempre caiada com ilusões.

Ponto dois - As ilusões com que o dr. Costa adornou a sua governança são o resultado directo das suas políticas falhadas e incapazes de resolver os problemas do país. O líder socialista precisa de iludir, de impregnar com palavras feitas e com fantasias a sua “acção” política para esconder incompetência e enganar os portugueses. Costa precisa da propaganda para encenar a rudeza governativa. O desastre económico, social e financeiro está bem instalado e dentro de portas. E ramifica-se. Os problemas não foram só exponenciados pela pandemia. Não. Foram também pela arrogância e pelo incremento de políticas económicas inócuas e despesistas levadas a cabo por este governo minoritário que se comporta como fosse o dono disto tudo. O frenesim de colocar nos lugares públicos de destaque os seus boys cega-o e é tão gritante que o direito à indignação se esfumou nas “golas antifumo”, na colocação da boyada na Segurança Social, na Santa Casa de Misericórdia e em todas as instituições do Estado. Quando a vergonha é pouca, os recados dão barrigadas de riso.

Ponto três - O dr. Costa entregou uma versão do PRR (Plano de Recuperação e Resiliência)

em Bruxelas para análise e respectiva aprovação. Foi o primeiro país a entregar nos “bureaux” da União Europeia. Talvez para esconder as peçonhas da austeridade e para não dar tempo à crítica. Para fazer de conta que há eficiência no serviço. No final, mais uma manobra de propaganda. Para este político, tudo serve para fazer propaganda. No entanto, outra versão do Plano, sem malfeitorias (?), foi apresentado à comunicação social, tendo como pano de fundo um enorme dístico, onde se lia: TRANSPARÊNCIA. A segunda versão seguiu o caminho do Parlamento português para ser discutido e aprovado. Um PRR e duas versões. Será isto transparência? Isto só acontece, porque se está num país sem escrutínio rigoroso e enquadra-se numa atitude Impensável para uma democracia europeia. À esquerda tudo é desculpável.

Ponto quatro - Odemira. Mais um escândalo nacional com ramificações internacionais. Mais um disparate para acrescentar a tantos outros. Nada a fazer! Ninguém sabia de nada! Ninguém ouviu nada! Um caso com “barbas” para ouvir, ver e calar. Sem indignação. O dr. Costa nem tuge, nem muge, perante o “golpe de mão” na madrugada ao Zmar! Com cães e com bom arsenal. No fim, não é nada com ele. Desvaloriza e assobia para o lado. Houve, sem dúvida, um assalto à propriedade privada. Impensável num país a sério. Só aceitável em regimes autoritários.


Autor: Armindo Oliveira
DM

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16 maio 2021