Ainda não consegui perceber como e porque se dá tantos ouvidos e tanta importância a um partido como o Bloco de Esquerda! É verdade! Sim, a este partido que foi levado ao colo para a área da influência governativa por um político da velhíssima guarda e derrotado eleitoralmente de forma copiosa. Como foi possível que esta linha ideológica extremista entrasse de forma intrusiva na governação nacional!
Não será a acção política do BE reduzida simplesmente a um quadro de rupturas sociais, de reivindicações demagógicas, a uma postura intolerante e a um combate irresponsável aos valores democráticos de uma sociedade ocidental?
Ponto um - O país não precisa desta linha de pensamento ideológico e político para nada. Esta linha está politicamente em colisão com o modelo europeu. O seu contributo para o bem-estar dos portugueses, para o desenvolvimento do país e para a construção de uma sociedade mais equilibrada é nulo e tem como móbil de actuação uma panóplia de campanhas fracturantes e extremistas, um debitar de igualdades estéreis e uma promocão de lutas pelas modernices que pouco dizem à maioria esmagadora dos cidadãos.
Quando os bloquistas se veem acossados pelas ideias dos outros, a sua intolerância como arautos da decência é tanta que passam com toda a facilidade para o insulto gratuito, apelidando a quem se lhes opõem de fascistas, xenófobos, racistas, reaccionários e neo-liberais. Esta intolerância é inaceitável numa sociedade moderna, pluralista e de matriz cristã como a portuguesa que não deveria estar disponível em ouvir estes impropérios ou estas”bacoradas”.
Ponto dois - Os portugueses acharam e acham engraçado termos um partido liderado por “rapazes” estroinados e por “raparigas” esganiçadas, filhos, num modo geral, de uma classe social abastada, cujo horizonte profissional dessas figuras se situava na possibilidade de engrossar as hostes da migração, ficar-se pelos seiscentos euros mensais ou simplesmente engrossar a lista de licenciados no desemprego. Assim, estes devoradores de sapos e especialistas na demagogia tentam passar uma mensagem de defensores de causas, de nacionalismo retrógrado e de lutadores inveterados das igualdades.
Ponto três - Há, no entanto, uma virtude que esse partido tem: não engana ninguém. Sabemos que é assumidamente contra a União Europeia, contra o euro e contra a NATO. É contra o investimento privado e contra a livre iniciativa. É contra o empreendedorismo e contra a liberdade individual. É contra a economia de mercado e contra quem tem capacidade de “poupar dinheiro”. Ainda está ou deveria estar bem presente na memória de todos a grande tirada de Mariana Mortágua: “é preciso buscar o dinheiro a quem o tem acumulado”.
Isto é simplesmente patético e profundamente ideológico. De uma ideologia atroz e desrespeitadora da liberdade individual. O Bloco de Esquerda é, finalmente, um partido defensor do regime de partido único na liderança do país. Esta ideia é assustadora e suficiente para ser rejeitado da esfera democrática. O que esse partido quer, enfim, para os portugueses é a sua subserviência total, perante um Estado paternalista, falido e injusto.
Ponto quatro - Agora o combate da primeira linha do BE é a eutanásia. Já foi o aborto, a igualdade de género, a mudança de sexo a partir dos dezasseis anos (um autêntico disparate), agora é a eutanásia. A seguir será, porventura, descer a idade para a despenalização da pedofilia. E por aí adiante. Não olham a meios para conseguir os seus fins.
Defensor de causas, de muitas causas. De valores (morais, sociais e éticos) e de princípios é que não. O valor da vida, o valor da liberdade, o valor da família, o valor da individualidade fazem pouco sentido na visão dos trotskistas. Para eles, tudo orbita na colectivizacão (nacionalização do país), nos serviços públicos e no investimento público, mesmo que não haja dinheiro..
Ponto cinco - Ainda penso viver o suficiente para ver o BE fazer os mais rasgados encómios a Salazar. Já esteve mais longe. Os conceitos e preconceitos do BE e de Salazar decalcam-se com um rigor inaudito. Nesta matéria o tempo dirá.
Autor: Armindo Oliveira