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Ponto por ponto

Em Portugal, vamos acabar com os ricos para distribuir essa riqueza pelos pobres”. – Mário Soares.

Na Suécia, queremos que todos sejam ricos”. - Olaf Palme

Ponto um - O tema de dissertação de hoje é redundantemente triste: a pobreza em Portugal. Esta realidade representa cruamente a pré-falência de um regime que tem sido impotente e incapaz de resolver este problema social confrangedor. E nesta fase de pandemia ainda está muito pior.

Vamos lá ver se eu entendo e se a gente se entende. É que nestas coisas de haver pobreza em democracia é mesmo coisa séria. Este facto, castrador da liberdade e da dignidade, não pode ser encarado de ânimo leve, nem descartado de qualquer maneira. Além de ser uma vergonha para qualquer povo é uma afronta aos ideais democráticos, baseados na justiça social e em maior equidade entre os cidadãos. Principalmente, atinge a igualdade de oportunidades.

Ponto dois - Portugal tem um número de pobres que arrepia. Um número que incomoda as pessoas mais insensíveis. E o dramático nesta história, é que ninguém assume qualquer responsabilidade pelo estado miserável em que se encontra a sociedade nacional. Os pobres, parece-me, só servem para entrar no jogo político. Por dar jeito. Para servir de arma de arremesso. Arma muito usada pelos partidos da esquerda e em todas as circunstâncias.

A esquerda adora os pobres. É um amor cego. Por isso, não querem que eles acabem. De modo nenhum. Dá-lhes reconhecimento, carinho e protecção. Faz-lhes juras políticas para toda a vida. É um enlevo maternal como essa esquerda trata os pobres. Pois, pergunta-se: que seria da esquerda, se não houvesse pobres? Não é a pobreza a referência vital das suas lutas?

Ponto três - Enquanto os políticos de esquerda, principalmente os extremistas, não entenderem que o combate à pobreza não passa pela questão ideológica, mas pela vertente económica, educacional e cultural os pobres continuarão a existir irremediavelmente. Assim, nunca mais seremos capazes de atenuar este terrível flagelo social. Todos sabemos, e só não sabe quem não quer, nos países onde a esquerda domina, a pobreza agiganta-se, é escondida e maquilha-se os números. É preciso libertar a sociedade destes enganos e destes aproveitamentos políticos.

Ponto quatro - Vamos lá a ver se a gente esclarece, de vez, este drama social. Desde 1995 até ao momento, o PS esteve 18 anos no poder. Isto é verdade! E nestes últimos cinco, apoiado e coadjuvado pelos extremistas do PCP e do BE. Isto é verdade! “Governou” com a economia mundial em grande crescimento, factor decisivo para se criar riqueza e emprego. Isto é verdade! Verificado este cenário económico favorável, pode-se perguntar. O que fizeram estes partidos para atenuar o problema de 2 milhões de pobres? Será que 18 anos não é tempo suficiente para fazer baixar fortemente esse número? A resposta parece-me óbvia: esta facção política não quer mesmo acabar com a pobreza. Quer mantê-la viva e activa no radar do seu eleitorado. Quer mantê-la descontente nos momentos cruciais. Ou seja, transforma os pobres em novos “escravos” eleitorais. Só servem para votar. Para isso, castiga-os com subsídios e dá-lhes umas migalhas bem propagandeadas. Acirra o problema e trespassa a responsabilidade para os outros.

Pensa essa esquerda acéfala que a pobreza se resolve desta maneira: de conversa fiada.

A pobreza resolve-se com criação de emprego e de riqueza. E quem cria emprego e riqueza são as empresas privadas e não o Estado-papá. Quando se focaliza o investimento no sector público, já se sabe que a jusante haverá problemas de endividamento, de défices, de má gestão, de jobs for de boys e, claramente, mais pobreza. A História é como o algodão: não engana.

Ponto cinco - Andamos nesta narrativa há 46 anos. E com resultados sociais incompreensíveis. Esta é a realidade crua. Somos um país que recebeu biliões de euros de borla, que tem uma dívida estratosférica e que não faz obra. Limita-se a destruir valor e a gastar. A gastar o que não tem. Isso só pode ser fruto de termos políticos de choldra e sem classe. O povo, este, precisa de perder o medo e ser mais exigente nos seus deveres, nas suas obrigações e nas suas responsabilidades. Mas, prometem-lhes direitos. Muitos direitos. Depois, dá nisto… pobreza.


Autor: Armindo Oliveira
DM

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8 novembro 2020