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Ponto por ponto

Com pandemia ou sem pandemia o país não anda. Com Orçamentos de Estado supostamente rigorosos ou socializantes, o país engorda a dívida, enrola o défice público e farta-se de debitar promessas. Com dinheiro do BCE ou com bazucas da UE, o país vegeta e activa o fenómeno corruptível nas hostes comilonas dos Fundos Europeus até ao limite. Com distribuição de recursos financeiros que não existem ou com propagandas esquentadas para iludir o pessoal, o país continuará a caminhar sem bússola e sem visão. Daí, o nosso azar. E o nosso atraso.

Ponto um - Nestes últimos 25 anos (1995-2020), o andamento económico-social do país tem sido devagarinho, parado ou mesmo às arrecuas. Esta é a realidade que atinge este povo manso que se deixa amarfanhar por ilusões e por enganos. E, por mais que se perscrute as linhas do horizonte do desenvolvimento não se consegue ver a tal estrelinha da mudança ao fundo do céu tempestuoso que possibilite algum conforto e alguma esperança para um futuro mais tranquilo. Isto, definitivamente, o país não vai com “abanões”, nem com inspirações de sofá, sr. Costa.

Ponto dois - De quem é a culpa deste marasmo funcional? Como se justificam estes crescimentos anémicos da economia nacional, durante tanto tempo? O que é preciso fazer para se colocar o país no radar da produtividade e da competitividade? Quem são as principais vítimas deste estado de paralisia crónica?

Perguntas há com fartura. As respostas, estas, eclipsaram-se e foram engolidas pelo buraco negro da incapacidade da oligarquia governamental que está mais interessada em manter o poder e as mordomias dos seus do que olhar e sentir a vida desta gente que se habituou a pouco e a receber as migalhas que vão caindo do bolo do Orçamento de Estado. Neste momento, o dr. Costa já conta com 1236 “colaboradores” no seu governo. Não será gente a mais?

Ponto três- Nestes últimos 25 anos de governação, o PS, a solo, governou 18. Os outros sete foram governados pelo PSD coligados com o CDS. Quatro anos de Passos Coelho a salvar o país do vergonhoso Resgate Financeiro; dois anos de Durão Barroso, o fugitivo, que recebeu as finanças públicas de tanga; um ano de Santana Lopes que passou todo o tempo a tentar justificar ao PS a sua nomeação para primeiro-ministro. A pressão política dos socialistas foi medonha, como é habitual, quando está na oposição. Jorge Sampaio, como velho socialista da linha do MES espoletou o desejo irracional e ideológico de o exonerar das funções de PM, apesar do governo ser apoiado por uma maioria absoluta parlamentar. Facto anómalo em democracia. Mas, como esta democracia é de embude e facciosa, tudo é possível, como aconteceu em 2015 com o perdedor eleitoral, dr. Costa, a formar governo e ascender ao poder.

Ponto quatro - O PS governou 18 anos dos últimos 25. Nestes 18 anos, o PS deu-nos, para já, um pântano com Guterres e uma bancarrota com José Sócrates. O resultado da incompetência governativa saldou-se na degradação da imagem do país, reverteu-se em atraso económico assinalável, em endividamento descomunal, na ruptura financeira do sistema bancário, no enfraquecimento social, numa taxa de desemprego abismal, numa emigração em massa da geração mais qualificada de sempre. O PS tem um currículo invejável, quando está no poder e prepara-se a toda a pressa para deixar mais uma marca indelével da sua mestria governativa.

Ponto cinco - Estamos no século XXI e na Europa. Tempo da cidadania e da liberdade de expressão e de opinião. Tempo que requeria aos cidadãos mais deveres, obrigações e responsabilidades do que propriamente “direitos”. O que é pena é que neste país ainda se discuta “direitos” e muitos “direitos”, como se isto fosse o ar que respiramos. Estes direitos já deveriam estar mais que assimilados, consolidados e não serem mais objecto de discussão política e ideológica. Ter “direitos” faz parte da essência do homem europeu e não são propriedade de nenhum partido. Era o que faltava. Só se continua a falar-se em “direitos”, porque a nossa sociedade é francamente fraca sob o ponto de vista cultural e político. É acrítica e muito dependente economicamente dos senhores poderosos e das esmolas dos partidos da esquerda, que ainda hoje se arrogam de ser a “dona disto tudo”. Temos uma sociedade refém do medo, das retaliações e da subserviência. Lamentável para uma democracia moderna e europeia!!


Autor: Armindo Oliveira
DM

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1 novembro 2020