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Ponto por ponto

Voltar à carga, é preciso. É preciso mesmo. É preciso acordar alguns “sonolentos” da cúpula do PSD que encostaram a sua cabecinha tonta no ombro errado. Talvez, por uma questão de cansaço de nada fazer. Ou de fraqueza. Ou ainda de querer ser bonzinho neste momento de aperto. É fixe ser bonzinho para receber encómios. E vêm de todos os lados. E Rui Rio engalana-se e gosta de se sentir fixe. Por coisa nenhuma. Alimenta o seu ego travesso. De inoperância. É preciso abanar fortemente a cúpula deste partido, em desagregação, para se manter desperta e criativa, porque o assunto da governação é demasiado importante para ser encarado com leveza e superficialidade. O que está em causa é o presente e o futuro próximo do partido. Também o futuro de muita gente. Um futuro com mais segurança. Com autenticidade. Com dignidade. É mesmo preciso. Rui Rio tem que entender que o está em causa é o país. A sua identidade. A sua imagem. A sua projecção. Portugal não pode ser conhecido e enxovalhado pelos “copos e pelas mulheres”. Não. Portugal não é isso. Nem pode ser isso. O PSD não pode embarcar neste jogo de contornos dúbios. No jogo fácil e viciado. De modo nenhum. Ponto um – Vamos lá tratar da coisa, sr. Rui Rio: vamos ser oposição. Vamos saber ser oposição. Vamos fazer oposição. Cerrada, transparente, construtiva. Contínua e assertiva. Sem perda de tempo. Em todos os lados e em todos os momentos. O que se tem passado é mau demais para um país ocidental. Governar com consanguinidade e com amigos. Com muitos amigos e com um Conselho de ministros carregado de gente. Com propaganda e para as sondagens. Governar sem ter a noção das realidades do país. E depois, basta qualquer coisinha para derrapar em toda a linha. No final, de mão estendida. Não. Assim não! Onde está a geração mais qualificada de sempre? Onde está? Porque não dá o seu contributo? Onde está o resultado das promessas do “Programa Regressar”? Só treta! Como se esperava. Promessas, intenções, quereres. Só isso! Ponto dois – Vamos lá acertar as coisas, sr. Rui Rio: ser opositor, papel fundamental em democracia para testar a vitalidade do regime e até mesmo a razão da sua própria existência. Oposição, o outro lado do poder para lutar por esse poder. Para o rejuvenescer e inovar. Com outras ideias, quiçá, mais inteligentes, mais assertivas e mais integradoras. Para o revigorar. Com outra energia, de modo a sensibilizar e mobilizar as pessoas e as instituições para desafios mais concretos e mais arrojados. Para alterar e consolidar outras estratégias, dando-lhes um cariz planificador e congruente com as reais necessidades do país. Para rever e equacionar objectivos realistas em que a cidadania estará sempre em primeiro lugar, sem demagogias e sem fracturas sociais e culturais. Para “morder” os calcanhares aos instaladas do sistema que usufruem abusivamente do sistema a seu bel-prazer. Não pode ser. É fundamental, portanto, uma oposição credível, desatada e rigorosa. É preciso uma oposição pronta e disponível para assumir responsabilidades, quando os momentos cruciais, para uma nova governação, chegarem. Ponto três - Rui Rio, como líder da oposição, tem sido um fiasco e uma tristeza. Um líder mole, de ideias vagas e sem capacidade de mobilizar seja quem for. Um líder sem corpus político, sem alma e sem espírito. Um líder que se deixou agarrar à linha dominante por preconceitos e por medos de ser conectado com aqueles homens e mulheres que salvaram Portugal da humilhação em 2011. Mas, é muito elogiado. Elogiado pelo vazio que ocupa. Sem levantar ondas. Quietinho. Rui Rio tem que combater com arreganho o mostrengo da propaganda que a todos vai estrategicamente anestesiando. O país não pode mais ser adiado por muito mais tempo! Será isto a democracia a funcionar? Com uma governação insalubre haverá futuro em Portugal?
Autor: Armindo Oliveira
DM

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7 junho 2020