“A primeira fase do saber é amar os nossos professores.” - Erasmo de Roterdão, teólogo e filósofo holandês - (1466-1536)
Ponto um - Como está a Educação em Portugal? A Escola tem correspondido aos desafios da formação integral do cidadão e da modernidade? A qualidade do ensino para o desenvolvimento harmonioso do país tem sido a grande preocupação da estrutura educativa? A Escola tem sido decisiva para a socialização e para a elevação cultural e social do povo português? A Escola tem estado ao serviço do cidadão, por inteiro, como agente moderador de uma sociedade democrática, pluralista e integradora, desempenhando o seu papel de amortecedor social e educacional nos tempos de hoje? Que Escola estamos a construir? Uma Escola ideológica extremista e fracturante?
Ponto dois - Questões e muitas mais questões poderiam ser colocadas. A Escola, pela sua essência e relevância, tem que ser inconformada e irreverente. Tem que ser indomável sob o ponto de vista partidário e projectar com sensatez a sua dinâmica polarizadora para outras dimensões e activar espíritos inquietos e adormecidos. A Escola, de facto, tem aquela estrelinha que brilha sem cessar na mente dos seus utilizadores, permitindo o natural acesso a outros mundos e a outras descobertas. Por caminhos diferenciados, claramente. É o desejável. Até uma necessidade. A Escola deveria ser, em suma, e pela sua mensagem libertadora de preconceitos e de estigmas, de valorização e de humanização, um espaço mágico, de paz e de abertura mental com muita vida e com muitos sonhos também. Um espaço de sonhos juvenis, sem dúvida, que crescem, se projectam e se embelezam com o saber, o conhecer, o descobrir. Um espaço sublime de esperança, essencialmente. Uma alavanca para um futuro melhor.
Ponto três - A Escola não pode estar acorrentada a ideologias, nem a práticas domadas por interesses de índole política. Aquelas miopias ideológicas, bem conotadas com o pensamento único, o desprezo pela livre iniciativa e pela livre opinião, amarrados ao medo, são vértices de uma geometria educativa que nada têm a ver com a nossa matriz ocidental. Esta sim! A matriz judaico-cristã irradia liberdade, progresso, bem-estar. Futuro em liberdade. Sem dúvida!
Ponto quatro - Que Escola estamos, de facto, a construir? Uma Escola monocórdica, manipulada e castradora de horizontes? Uma Escola que se pauta pela mediocridade? Uma Escola subjugada a uma agenda extremista e intolerante? Sim, parece-me que sim. Nestes tempos madrastos para a liberdade de ensino, tudo o que saia da esfera do Estado é combatido com as armas da demagogia e da irracionalidade. E estas têm sido usadas por este governo inchado.
Ponto cinco - Exige-se muito à Escola e muito mais aos professores. Exige-se pouco aos alunos e muito menos aos pais. Do Ministério da Educação nem vale a pena dizer nada. Esta estrutura governativa só lhe interessa mexer no Sistema, manipulá-lo, para este ficar cada vez pior. mais facilitista e mais alinhado. Monocórdico e Imberbe. O que importa é facilitar, para dar a entender ao exterior, até ao limite do administrativo, que a Escola funciona. Sem chumbos! E com a qualidade a fasquiar-se por exigências mínimas. Só para satisfazer as estatísticas. Tudo artificial. Com pouco rigor. E sem disciplina, o pilar do insucesso. Por isso, o desequilíbrio entre as partes, docente e discente, é evidente e tendencioso. Ou seja, exigências para uns e “tolerâncias disciplinares” e facilidades pedagógicas para outros.
É assim vai a Escola massificada e estatizada, cada vez mais burocratizada, com muita indisciplina à mistura e agarrada a cativações para depois figurar nos mapas estatísticos como um ensino de sucesso. Qual sucesso?!
Autor: Armindo Oliveira