A fase de grupos da Taça da Liga acabou para o SC Braga, que conseguiu o pleno de vitórias, marcando seis golos e mantendo a baliza intacta. Pode dizer-se que foi uma boa etapa da época desportiva bracarense, nesta altura atípica em que as competições internas pararam para dar lugar ao Mundial do Catar 2022, que por pouco não transitava para o ano seguinte. Note-se que o formato da Taça da Liga foi alterado, de modo a manter alguma competição nos clubes a nível interno e, dessa forma, evitar a realização indesejada de uma segunda “pré-época”.
Os Gverreiros do Minho chegaram à terceira e última jornada da Taça da Liga já apurados, graças às vitórias obtidas frente ao Trofense, na Pedreira (3-0), e ao Casa Pia, no Jamor (0-1), que se conjugaram bem com os empates registados nos restantes dois jogos do grupo. Assim, o último encontro, caseiro frente ao Paços de Ferreira, surgia num contexto de jogo de preparação, mas, realizado em competição, o que criava um contexto favorável a avaliações por parte de Artur Jorge.
Os castores visitaram Braga com a finalidade de interromper uma série surreal de dezoito jogos sem vencer, onde apenas conseguiram empatar quatro, repartidos em partes iguais pelo campeonato e pela Taça da Liga. Porém, a tarefa não se antevia nada fácil, como se comprovou durante o encontro.
Num contexto de apuramento garantido, não admirou que Artur Jorge desse oportunidade a alguns jovens provenientes da formação, fazendo estrear, de início, Lukas Hornicek na baliza, e, como suplentes utilizados, Pedro Santos, Roger (esta época) e Macedo, mais um jovem que teve dificuldades em dormir, devido à ânsia natural de quem vai jogar pela primeira vez na equipa principal. Além destas estreias, houve também tempo para o turco Serdar jogar pela primeira vez na equipa principal, durante alguns minutos.
Além dos jovens referidos em estreia, jogaram também, provenientes da formação, Bruno Rodrigues, Rodrigo Gomes, Gorby, Hernâni e Álvaro Djaló, que se juntaram a outros jovens, como Victor Gomez, Diego Lainez e Abel Ruiz. Ao pé de tanta juventude, Tormena, Borja e André, que foi capitão, dando sequência à dinastia Horta, até pareciam jogadores veteranos, o que não corresponde de todo à realidade. Em resumo, alinhou um grupo de jogadores que perfizeram uma média espantosa de vinte e dois anos, na vitória conseguida frente aos pacenses, graças aos golos de Álvaro Djaló e de Abel Ruiz.
No meio de tanta irreverência jovem sobressaiu, com nota elevada, o nome de Pedro Santos, que entrara cedo no encontro para o lugar do azarado Gorby, saído do relvado devido a uma lesão, e a pedir novas utilizações no futuro. O espanhol Abel Ruiz voltou a estar, também, em evidência pela positiva, mesmo tendo atirado um penálti contra o ferro dos castores, num jogo em que a atuação decisiva de Álvaro Djaló merece uma menção honrosa, depois de ter marcado o primeiro golo e assistido, com classe, para o segundo.
Desce, assim, o pano sobre uma fase de grupos proveitosa, em que vários jovens foram avaliados tecnicamente, e onde o SC Braga obteve um pleno nos jogos realizados, com muita juventude presente, que traz sempre uma alegria e irreverência à mistura, que nunca se deve dissociar com a exigência permanente de quem quer vestir a camisola bracarense.
Autor: António Costa