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Para refletir… o Setor Social

O Setor Social é hoje um “parceiro” de enorme relevância na sociedade portuguesa. A sua ação estende-se direta e indiretamente à maioria da população; assegura o crescimento harmonioso das crianças, permitindo que os pais possam trabalhar; assegura capacitação, conhecimento e educação; proporciona qualidade e bem-estar aos seniores, permitindo ao filhos manter a sua vida ativa; cuida na doença; acolhe, cuida e potencia oportunidades aos cidadãos portadores de deficiência; ampara nas necessidades económicas e sociais os mais desfavorecidos; promove a prática desportiva responsável e saudável… Enfim, poderá dizer-se que o setor social constitui uma base fundamental para uma sociedade e uma economia sustentáveis, na medida em que, perante a incapacidade do Estado em assegurar todos estes serviços e cuidados fundamentais, é a ação das entidades que integram o Terceiro Setor que suporta todo um modelo social e económico em que se fundamenta a nossa vida quotidiana.

Dados do INE e da CASES revelam que este setor é constituído por mais de 55.000 entidades (Associações, Centros Sociais, Centros Paroquiais, Coletividades, Misericórdias, Fundações, Mutualidades…). Proporciona emprego a mais de 260.000 pessoas em Portugal e as suas remunerações representam 5,5% do total remunerado no país. Representa um peso de cerca de 3,8% para o PIB nacional e movimenta cerca de 14.000 milhões de euros de recursos financeiros. A sua operação vale 2,8% da produção nacional. Outro dado interessante é o n.º de voluntários no setor social: 11,5% da população nacional.

Estes dados devem fazer-nos refletir! Todos nós, que muitas vezes pensamos que este setor é algo muito distante, fruto da reunião de vontades de um conjunto de amigos que gosta de ajudar o próximo, temos de nos consciencializar que o setor é cada vez menos isso, se é que alguma vez o foi. Não é um setor que vive de amadorismos, da esmola e da caridade. É um setor fundamental, cuja ação trespassa a vida económica e social e cuja complexidade exige que esta vontade da sociedade civil seja acompanhada de processos rigorosos de gestão que as façam robustecer a sua atividade, cumprindo a missão para que foram criadas, no desenvolvimento de uma sociedade harmoniosa, equilibrada e sustentável.

É, pois, fundamental promover as boas práticas de gestão neste setor. Neste sentido, a F3M e a Universidade do Minho, através da UMinho Exec, vão reeditar o Executive IPSS. Com este programa de formação avançada, pretendem trabalhar fatores críticos da gestão destas Instituições, desde a gestão estratégica, passando pela legislação laboral, fiscal e contabilidade, até à gestão dos recursos humanos.

A Gestão das Instituições Particulares de Solidariedade Social é uma tarefa cada vez mais complexa e reveladora de grandes desafios. Neste contexto, assume particular relevância a formação dos seus quadros dirigentes e quadros superiores, numa busca incessante pela excelência dos serviços disponibilizados e reforçando o foco na obtenção de resultados que permitam potenciar a sustentabilidade das Instituições.

Por aqui se conclui que a gestão destas entidades assume uma preocupação central. Cada vez mais se procuram gestores profissionais, pessoas com um nível de qualificações que lhes permita introduzir no setor um conjunto de boas práticas de gestão, capazes de melhorar os níveis de eficácia e eficiência organizacional.

Assim, é fundamental despertar as atuais direções para a necessidade de incutir boas práticas de gestão e preparar os novos dirigentes para os desafios que o 3º setor lhes coloca, em áreas como o planeamento, a sustentabilidade, a fiscalidade, a legislação laboral e os recursos humanos, entre outras.


Autor: Filipe Cruz
DM

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28 maio 2021