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Para onde vamos?

O Ocidente vive uma das suas maiores crises civilizacionais de sempre. Talvez a possamos comparar ao colapso do Império Romano. Não há instituição fundamental que já não esteja desfigurada. Não escapa o Indivíduo, sobretudo com a intrusão da “ Teoria do Género”, o transhumanismo e com a concretização do pensamento woke mesmo em pessoas de onde não se esperava. A Família, estrutura social, cultural, espiritual e económica natural, anterior a qualquer Estado, vive a sua destruição advogada massivamente e implementada pela legislação. Somos “bombardeados” a toda a hora com ideias que já desfizeram aquela na sua constituição e missão, perante a complacência e anuência dos decisores de todo o tipo. A Educação cumpre muito bem não só a apropriação das crianças e jovens a quem incute as mentiras mais descaradas como se ocupa ditatorialmente, em áreas vitais para a estruturação do ser pessoa, mentiras e falsas teorias que apresenta como indiscutíveis sem que os pais reajam. A Igreja Católica… bem, basta estar minimamente atento ao que os media dizem. E ver os resultados. Passam a ideia falsa de que quem não acredita no chamado “espírito” do II Concílio do Vaticano, como o verdadeiro nascimento da Igreja, é um miserável “conservador” que tem de ser banido e perseguido. Fazem-se as mais extravagantes experiências. Escrevem-se textos delirantes em perfeita contradição com as “fontes” da Igreja e dos seus princípios. Em nome do “espírito” do dito Concílio promovem-se leituras que não encontramos nem nos textos sagrados nem nos do II Concílio Vaticano. Perseguem-se ferozmente os católicos (leigos e consagrados), sobretudo jovens que nunca viveram antes do Concílio, por causa do Rito de celebração da Santa Missa e que gostam, apreciam e rezam sinceramente com a forma anterior da celebração. Ensinam-se princípios absolutamente contrários ao Catecismo da Igreja Católica (muito posterior ao Concílio), por exemplo no domínio da sexualidade ou da Família. Recentemente (já neste mês de Setembro) saíram notícias que nos deveriam por em questão como e o que se transmite sobre as verdades da Fé:
  1. «Uma maioria dos franceses não crê em Deus. À questão “Pessoalmente, acredita em Deus?», 51 % responderam “Não”. ( dados do IFOP para a Asociação dos jornalistasde informação sobre religiões ( 23 de Setembro).
  2. «Para a maioria dos alemães, a religião não tem qualquer importância a nível pessoal. Para 61% não é “importante” ou “absolutamente nada importante». (Fundação Diálogo para a Paz)
  3. «Em Espanha deixa de ser católica: já há mais ateus e não crentes do que católicos praticantes» (da comunicação social espanhola).
Desconheço os dados do que se passa em Portugal. Empiricamente, creio que a situação não será muito diferente, com a agravante da falta de cultura religiosa dominante generalizada. Entretanto (escrevo ou não escrevo? )… sim, vou dizer o que me vai na alma como católico pecador que todos os dias se esforça por ser menos pecador. Vivo nestes tempos numa profunda desilusão, desencanto e numa tristeza indizível. Já aqui o escrevi, e agora repito, que, por exemplo, quanto à Santa Missa, reconheço a total validade do Ordo Missae de Paulo VI e só quero que seja bem celebrada (em português ou latim), sem invenções e acrescentos ou supressões. Reconheço a total validade do Ordo Missae de S. Pio V e, sobretudo, estou muito grato ao querido Papa Emérito Bento XVI com a publicação do Moto Próprio Summorum Pontificum, anulado ( na realidade não foi anulado simplesmente extremamente limitado o seu uso), ainda em vida do seu autor pelo Papa Francisco e sem respeito nenhum pelos católicos sinceros que preferem este rito e cujo número não cessa de aumentar… Será assim que se contraria a tendência crescente de abandono da crença e prática religiosa?
Autor: Carlos Aguiar Gomes
DM

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30 setembro 2021