Aosteoporose é uma doença que se caracteriza pela diminuição da densidade mineral óssea e alterações das propriedades do tecido ósseo conduzindo a um aumento da fragilidade do esqueleto e, consequentemente, a um risco elevado de fratura.
As fraturas osteoporóticas mais comuns são as vertebrais, da anca e do punho. No entanto, a osteoporose está associada a um aumento do risco de qualquer tipo de fratura. Estas resultam em regra de traumatismos de baixo impacto e afetam mais frequentemente as mulheres pós-menopáusicas e os indivíduos idosos. A sua elevada prevalência representa um grave problema de saúde pública devido às consequências médicas que acarretam, à diminuição da qualidade de vida e aos custos económicos e sociais que comportam.
Sabemos hoje que é mais fácil prevenir a perda de massa óssea do que restaurá-la. A prevenção da osteoporose tem habitualmente mais sucesso que o tratamento. Na infância, a adoção de hábitos de vida saudáveis é decisiva para atingir um pico de massa óssea adequado. Na idade adulta, devem ser empreendidas um conjunto de medidas destinadas a atenuar a diminuição da massa óssea, sendo particularmente importantes nas mulheres após a menopausa.
A prática regular de exercício físico, sobretudo atividades com carga como caminhadas ou corrida, está associado a um aumento da densidade mineral óssea e à diminuição do risco de fraturas. O exercício deve ser adaptado à gravidade da doença, sendo que os doentes com densidade mineral óssea muito baixa ou com história de fraturas de fragilidade devem evitar exercícios mais exigentes.
Uma dieta equilibrada com ingestão adequada de cálcio e proteínas é fundamental para o normal metabolismo do osso. O cálcio está presente sobretudo no leite e derivados, mas também pode ser encontrado noutros alimentos, como os legumes verdes (brócolos e espinafres por exemplo), alguns frutos secos (nozes ou amêndoas) e em alguns peixes (como o salmão).
Deve ser estimulada a exposição solar amiúde (exposição de face, braços e mãos 15-20 minutos diários), de modo a estimular a produção de vitamina D, fundamental para a absorção de cálcio nos intestinos e uma correta mineralização do osso.
Outra medida elementar a ser implementada, principalmente nos idosos, é a avaliação e prevenção do risco de quedas. É essencial remover obstáculos como tapetes ou fios elétricos, iluminar adequadamente as divisões, utilizar calçado adequado (com sola de borracha), evitar medicação sedativa e corrigir perturbações da visão ou audição.
A evicção do consumo de tabaco e álcool é um importante contributo para a prevenção da osteoporose, pois contam-se entre os principais fatores de risco para o desenvolvimento da doença.
O objetivo primordial do tratamento da osteoporose passa por evitar o aparecimento de fraturas de fragilidade. As medidas descritas anteriormente em associação com as terapêuticas farmacológicas são os instrumentos disponíveis para que esse objetivo se cumpra com sucesso.
O seu médico de família tem ao dispor ferramentas que permitem avaliar a sua densidade mineral óssea e avaliar o risco de fratura. No caso de ter osteoporose, o médico definirá um plano terapêutico de acordo com a gravidade da doença, a existência de fraturas prévias e a presença de outras patologias com vista limitar a perda de massa óssea.
Por fim, importa lembrar que a osteoporose é uma doença silenciosa, de evolução lenta, que não causa sintomas até à ocorrência de fraturas. Desta forma, para vigiar a evolução da doença e a resposta ao tratamento é fundamental manter um seguimento regular junto do seu médico de família.
Autor: Paulo Picão Capelo
Osteoporose – Prevenir antes de partir!
DM
15 setembro 2018