Mas quando o ABC, em Alvalade, dando sequência ao que já havia feito no Dragão, mostrou a fibra de que é feito quem veste de amarelo, conquistando um saboroso e merecido empate, senti que afinal podia ser início de uma semana de sucessos. É ainda o mesmo ABC que me brinda, já na corrente semana, com enorme vitória, ao surgir uma nova direção para liderar os destinos academistas.
Parabéns, e obrigado, aos que saem (Guilherme Freitas em particular, pelo que representou nestes conturbados tempos) e votos de felicidades e sucesso aos que entram, pois, não sendo tarefa fácil manter o nível a que o ABC nos habituou e apesar da maioria dos adeptos ainda estar a apreender os nomes dos atletas, este início de época mostrou que a raça, postura e entrega estão sempre bem presentes em quem enverga aquelas camisolas amarelas.
Já o SCB, iniciava o seu périplo de três jogos com o adversário mais difícil, na Alemanha, um clube que (enquanto nós perdíamos em Setúbal) se entretinha a vencer, apenas, o Bayern de Munique. Dizer que estava confiante seria mentir, apesar de percecionar em Abel Ferreira algumas semelhanças com o criador da teoria da rotatividade no SCB, Paulo Fonseca (que, em tempos idos, apelidei de Paulo Einstein Fonseca) tanto na rotatividade dos elementos que integram o onze inicial, como na aposta, sistemática, em dois pontas de lança. Preparei-me para o pior mas, em simultâneo, queria acreditar no melhor.
A vitória na Alemanha foi uma prenda justa para quem acompanhou o jogo, tendo percebido também, que a sobranceria com que os alemães o encararam, ajudou ao nosso sucesso (esqueceram-se que até as agências de rating já nos tiraram do lixo).
E eis que chega o jogo dos jogos: Gverreiros x Conquistadores, ou, numa linguagem mais percetível na região minhota, marroquinos x espanhóis. Ninguém (exceto, se calhar, nuestros hermanos) estranhou a vitória dos Gverreiros pois, na presente época, esse tem sido o resultado mais habitual em jogos… internacionais.
A ida ao Estádio da Luz era o culminar da alucinante semana de emoções desportivas. O empate deixou tudo em aberto e, acompanhar das incidências do jogo, ajudou-me a resolver um problema de docência. Tendo de lecionar a disciplina de luta no ensino secundário, precisava de imagens que demonstrassem como derrubar adversários por trás, ou, mantendo-os de pé, deixá-los sem respiração, reação, ou ainda, com reações intempestivas que os prejudiquem. Já as tenho, e em quantidade suficiente, por isso, o meu agradecimento sincero, em especial, ao André Almeida e ao Samaris.
Autor: Carlos Mangas
Os sucessos (in)esperados

DM
22 setembro 2017